A Copercampos, de Campos Novos, no planalto sul catarinense, deve expandir a criação de suínos para atender o convênio firmado com a BRF Brasil Foods, resultado da união entre Perdigão e Sadia. Hoje, a cooperativa reúne três granjas e 78 produtores integrados com capacidade de produção de 40 mil suínos por mês. Com o início das operações da nova planta da Copercampos – previsto para janeiro de 2011 – essa produção poderá triplicar. A intenção é atender tanto mercado interno quanto externo.
O convênio firmado entre BRF e Copercampos prevê o arrendamento de uma unidade de abate de suínos com capacidade instalada para sete mil cabeças por dia. A unidade vai demandar maior produção de suínos nas granjas e aumento do número de produtores integrados da cooperativa. Hoje, a Copercampos detém 15 mil matrizes de suínos.
Apesar da expectativa de crescimento, o acordo firmado com Brasil Foods – acertado para durar por um período de dez anos – prevê que sejam abatidos também animais da rede de produtores integrados da BRF.
A construção da unidade em Campos Novos demandou R$ 145 milhões em investimentos – R$ 55 milhões foram financiados junto ao Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE). Além da contratação da capacidade industrial, o acordo prevê uma preferência de compra pela Brasil Foods. A empresa não confirma se há intenção de adquirir a unidade.
Em função do acordo, a Copercampos redesenhou o projeto da unidade. A princípio, a planta teria capacidade para abater 5 mil cabeças por dia. Com a parceria com a BRF, a capacidade foi ampliada e a unidade ganhou melhorias na parte de layout e equipamentos.
O acordo marca uma diversificação da agroindústria no planalto sul catarinense. Hoje, os abatedouros de suínos se concentram no meio-oeste do Estado. A unidade de Joaçaba, a 80 quilômetros, e a de Videira, a 90 quilômetros, são as mais próximas de Campos Novos.
Para o presidente da Copercampos Luiz Carlos Chiocca, o frigorífico trará desenvolvimento à região. “A região e o município de Campos Novos terão duas épocas: uma antes e outra depois da industrialização que começa com o frigorífico”, disse Chiocca.
Hoje, a produção de milho, soja e trigo corresponde a 50% do faturamento da Copercampos. No ano passado, foram 382 mil toneladas de cereais colhidos. A agroindústria é a terceira em grandeza – perde para a fabricação de fertilizantes. Em 2009, a cooperativa teve um faturamento superior a R$ 426 milhões. Tem 1.046 associados e 700 funcionários em suas unidades.
“Para os nossos associados e produtores, o frigorífico favorece o consumo de milho e soja, mais precisamente do milho, proporcionando liquidez no mercado. Além disso, o frigorífico valoriza os bens da Copercampos e dos municípios da região”, afirmou Luiz Carlos Chiocca.