Conforme os dados divulgados nesta terça-feira (08/09), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), após meses de altas os preços do milho e da soja, principais insumos da avicultura e suinocultura, registraram recuo na primeira semana de setembro.
No caso da soja, mesmo com a desvalorização cambial, nos últimos dias, a demanda seguiu maior que a oferta de soja e derivados no mercado doméstico. No entanto, sojicultores se capitalizaram no início da safra e, atualmente, não mostram interesse em comercializar grandes lotes.
Segundo colaboradores do Cepea, esses agentes se voltam às condições climáticas no Brasil, já que o cultivo deve se iniciar nos próximos dias. Mesmo assim, os preços do grão recuaram na última semana, refletindo a baixa liquidez interna, que, por sua vez, esteve atrelada à ausência de operadores no mercado e à disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores.
No porto de Paranaguá (PR), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 134,08/sc na sexta-feira, 4, queda de 1,8% em relação à sexta anterior, 28 de agosto. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 0,2% em sete dias, indo para R$ 129,89/sc de 60 kg na sexta.
Já o milho, após os preços atingirem recordes nominais no fim de agosto, o movimento de alta se enfraqueceu nos últimos dias. Enquanto a restrição da oferta e a demanda aquecida deram o tom altista no mês passado, neste início de setembro, a reta final da colheita da segunda safra e a maior pressão de compradores limitaram os aumentos.
Em algumas regiões, inclusive, já foram registradas pequenas quedas nos valores. Segundo colaboradores do Cepea, com o bom andamento da colheita da segunda safra, produtores retomaram as negociações e voltaram a fixar mercadoria nas cooperativas. A necessidade de fazer caixa, devido à proximidade do vencimento de dívidas de custeio, e o início do semeio da safra verão podem elevar ainda mais o interesse de produtores em negociar.
Do lado dos consumidores, após realizarem aquisições a patamares elevados de preços, muitos indicam estar abastecidos para o curto prazo e aguardam desvalorizações mais significativas, negociando apenas lotes pontuais. Assim, entre 28 de agosto e 4 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas/SP) caiu 3,1%, fechando a R$ 59,06/sc de 60 kg na sexta-feira, 4.