O movimento cooperativista, que a partir das décadas de 1960 e 1970 começou a transformar a realidade social e econômica do Oeste, dá mais uma prova do quanto confia no processo de expansão de uma das regiões que mais crescem no País.
No próximo dia 14 de março, às 10h30, o Conselho de Administração da Cotriguaçu Cooperativa Central inaugura em Cascavel (PR) a primeira etapa de um dos maiores projetos brasileiros de recepção, de armazenamento e de transporte de cargas frigorificadas e contêineres.
A estrutura comporá um dos maiores terminais intermodais do País, com nível de tecnologia, para uma obra do gênero, jamais visto no mercado nacional. O ato do dia 14 contará com a presença de vários líderes políticos e do agronegócio, entre eles o governador Beto Richa.
O Terminal Ferroviário da Cotriguaçu, projeto que tem suporte de quatro das principais cooperativas nacionais – Coopavel, C. Vale, Copacol e Lar –, vai se transformar em um marco histórico no contínuo processo de expansão do agronegócio regional.
De acordo com o diretor-presidente da Cotriguaçu, Irineo da Costa Rodrigues, o complexo reduzirá custos com armazenamento e transporte elevando, consequentemente, a competitividade dos produtos do Oeste no concorrido mercado mundial. O empreendimento está em construção em uma área de 45 mil metros quadrado junto à Ferroeste, na BR-277, km 574, saída para Curitiba.
Conforme Irineo, a obra fará frente a uma carência de armazenagem que faz com que as cooperativas do Oeste enviem seus produtos a outras regiões ou os entregue a terceiros, o que eleva custos logísticos.
Entre as vantagens que o terminal trará, o presidente da Cotriguaçu destaca: redução do custo do transporte em comparação com o modal rodoviário, maior capacidade nas negociações do grupo, possibilidades de realização de contrato a preço fixo para o período anual, disponibilização de área pulmão para armazenagem de contêineres vazios e cheios, bem como câmara frigorífica para armazenagem do produto acabado.
Ferroeste
Irineo, que também é presidente da Lar de Medianeira, ressalta que a decisão pela implantação do complexo em Cascavel é uma aposta do setor cooperativista no futuro da Ferroeste. Com a concretização da nova linha ferroviária ligando Guarapuava a Paranaguá e logo após com a chegada da Ferrovia Norte Sul, que vai interligar a Ferroeste com Paranaguá e os demais estados da federação, a estrutura contribuirá para um enorme avanço socioeconômico ao Oeste e às regiões circunvizinhas.
A previsão, segundo os investimentos anunciados pelo governo estadual e federal, é fazer de Cascavel o maior entroncamento rodoferroviário do Brasil, com movimentação anual de cerca de 60 milhões de toneladas dos mais diversos produtos.
Além de atender as suas cooperativas integradas, o Terminal da Cotriguaçu estará à disposição de empresas e frigoríficos de todo o País, atuando na recepção de produtos congelados (frango, suíno, bovino e outros), na armazenagem, monitoramento de contêineres frigorificados e embarque aos mercados interno e externo, em modais ferroviário e rodoviário.
O complexo fará ainda o monitoramento com tomadas para caminhões no pátio de estacionamento e recebimento e embarque de contêineres de carga geral. A câmara frigorificada movimentará o equivalente a 22 mil toneladas de congelados por mês, aliviando um antigo gargalo de armazenamento das cooperativas filiadas, parceiros (Copagril e Frimesa) e outros frigoríficos.
R$ 200 milhões
A inauguração da primeira etapa do terminal, que vai gerar 90 empregos diretos e 280 indiretos, marcará também o lançamento da pedra fundamental para o início de obras de três armazéns graneleiros com capacidade para 360 mil toneladas de grãos (soja, milho e farelo de soja) e da sede administrativa do complexo.
A área construída da estrutura que será entregue no dia 14 tem 15,8 mil metros quadrados e 21,8 mil metros quadrados de pavimentações. Até agora, a Cotriguaçu investiu R$ 40 milhões no projeto, que até o fim de suas etapas de estruturação exigirá soma global aproximada de R$ 200 milhões.
A estrutura que será entregue nesta primeira etapa do empreendimento da Cotriguaçu é formada por uma câmara frigorífica com capacidade para a armazenagem de dez mil toneladas de produtos congelados. Ela terá prateleiras móveis sob trilhos e será toda automatizada.
O projeto inclui uma antecâmara composta por oito docas rodoviárias e três ferroviárias. O pátio terá condições de receber até 500 contêineres de uma única vez. Haverá 120 tomadas para contêineres frigorificados e os demais para contêineres vazios frigorificados ou de carga total.
O complexo contará com empilhadeiras, caminhão com 5ª roda e carretas próprias para a movimentação de contêineres em pátio com tomadas frigorificadas, e pátio de caminhões com tomadas para 32 caminhões simultaneamente e balança rodoviária com 30 metros de comprimento.
Para bem atender aos seus clientes, o Terminal da Cotriguaçu contará com um desvio ferroviário de 540 metros para o embarque de contêineres em plataformas e balança ferroviária. Para o bem-estar dos condutores, a estrutura reservará também uma sala de descanso para motoristas, além de acesso marginal ao pátio do terminal.
Outra das preocupações das cooperativas integradas ao investimento no terminal é com a preservação do meio ambiente. Além de mais barato e de reduzir riscos de acidentes em estradas, já que caminhões passarão a circular em trajetos mais curtos, haverá ganhos com a redução da emissão de gás carbônico.
Considerando que um trem traciona em média 50 vagões plataformas para contêiner com capacidade média de 26 toneladas cada um, o que equivale a 50 caminhões trafegando e emitindo gás carbônico e outros poluentes, o empreendimento trará enormes benefícios ecológicos.