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RH

Crescimento profissional após fusões

Saiba como lidar com o processo de fusões e aquisições que cresce cada vez mais no Brasil. Tal movimento e novas gestões pedem ajustes ao profissional que quer crescer neste novo cenário.

O mercado está inquieto. Processos de fusões e aquisições crescem cada vez mais no Brasil e estão mudando a visão dos líderes na gestão das novas empresas que “nascem” a cada dia.

O tumultuado anúncio da fusão da Sadia e Perdigão, que resultou na Brasil Foods em 2009, marcou o surgimento de um novo cenário no País, que gerou a formação de novas “gigantes”. Fazendo uma pequena retrospectiva apenas no setor de produção animal, desde a criação da Brasil Foods, pode-se citar a compra da Pilgrim´s Pride pelo Grupo JBS, a aquisição da Seara pela Marfrig Alimentos, a fusão da Intervet Schering-Plough com a Merial e, recentemente, a fusão da Agroceres com a Multimix. Ou seja, percebe-se que toda a cadeia produtiva de aves, suínos, bovinos, etc., está de movimentando. Setores de nutrição, produção e saúde animal estão promovendo aquisições e fusões, e isto se tornará cada vez mais comum.

Uma abordagem feita pelo Portal Exame mostra que a transformação de mercado fez com que as novas gestões pedissem ajustes ao profissional que quer crescer neste novo cenário. De acordo com Selma Paschini, diretora executiva da consultoria Human Capital e ouvida pelo Portal, se tornou corriqueiro “você dormir com um crachá de uma empresa e acordar no dia seguinte com outro”. Na matéria publicada pelo Portal Exame, Selma explica que fugir desse cenário e partir para outro emprego nem sempre é a melhor opção. “Nada garante que a nova empresa em que você for trabalhar não vai ser comprada no dia seguinte”, pondera a consultora.

O Portal Exame ouviu alguns especialistas que ensinaram cinco estratégias para blindar a carreira durante a aquisição ou fusão da empresa. Veja a íntegra abaixo:

1- Analise as circunstâncias

Antes de perder o sono, as esperanças e a cabeça, seja racional e avalie qual é a lógica por traz da aquisição. Um primeiro aspecto para entender isso é identificar o perfil da empresa compradora. Ela é concorrente no mercado? Ou o negócio de atuação dela complementa o daquela onde você trabalha?

“Elas podem atuar em áreas ou regiões diferentes”, explica Selma, da Human Capital. “Nessas circunstâncias, haverá menos sobreposições de funções”. E, com isso, provavelmente menos pessoas serão demitidas. 

Se esse não for o caso da sua companhia, não se apavore. Por mais que a compra da empresa, aparentemente, tenha sido feita da noite para o dia, o mesmo não acontecerá com as ações em Recursos Humanos. 

Os novos gestores levarão um tempo para conhecer e avaliar bem os funcionários da nova empresa. “Ninguém quer se dar ao luxo de dispensar talentos”, afirma Mariá Giuliese, da Lens & Minarelli.

2-  Descubra o que a empresa quer

Aproveite esse período para se movimentar. Esforce-se para compreender a cultura da empresa compradora e o perfil profissional valorizado pelos novos gestores. 

Se as novas regras (ou valores) ainda não estão claros, comece uma investigação. Converse com seus superiores. Invista no relacionamento com as pessoas oriundas da nova companhia. Fale com a área de recursos humanos. Tente descobrir o que eles esperam de você. 

Diante das constatações sobre o novo cenário, avalie como a sua trajetória profissional e seus planos se encaixam dentro dessa visão. É a partir dessas conclusões que você poderá definir os próximos passos para o seu futuro dentro da empresa. Ou fora dela. 

3- Fique de olho no placar

Durante esse período de escuridão (quando é impossível prever as decisões da nova gestão e o seu próprio futuro), a dica é focar nos resultados. 

“Em uma partida de futebol, há pessoas que jogam bonito mas que não fazem gol”, diz João Paulo Camargo, diretor da Asap para os mercados de TI e Telecom. No entanto, é o placar que conta.  “As pessoas olham para quem marca pontos – mesmo que o gol tenha sido feito com o joelho ou com a barriga”. 

Por isso, arregace as mangas para conseguir se destacar frente à nova chefia. “Olhe os pontos chaves para a nova gestão e faça de tudo para que, nesses aspectos, seus índices sejam bons”, afirma Camargo.  

4- Invista nas pessoas chave

É preciso estar atento para não agir de maneira inconsequente nesse período. Em momentos de tensão, é comum que os profissionais atuem apenas em benefício próprio e passem por cima dos outros como tentativa de manter o próprio emprego em segurança. 

Antes, aproveite o aperto para fortalecer sua rede de relacionamentos dentro da companhia. Ande com os profissionais que mais se destacam em suas áreas de atuação e com aqueles que vieram da outra empresa. 

Mas não aposte suas fichas na politicagem. “O profissional até pode permanecer na empresa porque andava com as pessoas certas. Mas isso pode ser como um vôo de galinha”, diz Camargo. 

Com ou sem a ajuda dos seus pares, você terá que mostrar resultados. Se não conseguir, nenhuma rede de relacionamentos será suficiente para blindar seu emprego. 

5- Fuja do desequilíbrio

A pior decisão é dar ouvidos à onda de especulações que invade a companhia nessas circunstâncias. “Às vezes, os boatos surgem com base no medo das pessoas. E, por isso, nem sempre são fundamentalmente lógicos”, afirma Marcelo Mariaca, presidente da consultoria Mariaca.

Por isso, diante da boataria, opte sempre pela versão oficial dos fatos. E, se seus superiores forem confiáveis, tenha uma conversa franca com eles. 

Também não vale a pena sair correndo atrás de outras oportunidades tão logo a empresa foi vendida. Num primeiro momento, é impossível prever como será o futuro do seu setor. Você pode ser demitido, como também pode ser escolhido para continuar na empresa. E, quem sabe até ser promovido. 

Há grandes riscos de se queimar na carreira ou perder chances de crescimento, caso aja de maneira precipitada ao assumir outros compromissos. “Se você tiver paciência para acompanhar a evolução dos fatos, você vai tomar a decisão mais favorável”, aconselha Mariá. “O equilíbrio emocional é fundamental agora”.