Os criadores de frango passaram a semana acampados em frente ao frigorífico que pertence à empresa Diplomata, em Capanema, no sudoeste do Paraná. A reclamação é por causa de atrasos nos pagamentos. Muitos não recebiam desde abril.
No sistema de integração, cabe ao criador construir o aviário e se responsabilizar pelas despesas de luz, água e mão-de-obra. A ração e os pintinhos são fornecidos pela integradora.
A empresa também não está conseguindo entregar ração suficiente para as aves. Em um aviário os frangos que têm um mês estão há mais de uma semana sem ração. Muitos já morreram de fome.
Os novos alojamentos já foram suspensos na região. Os aviários do Érico Keiling, por exemplo, estavam prontos para receber os pintinhos, mas agora vão ficar vazios. O aviário é novo, custou 150 mil e foi financiado em 10 anos. Ele conseguiu pagar a primeira parcela, mas agora teve que pedir no banco o adiamento da dívida.
Depois do protesto, um acordo garantiu o pagamento de parcelas das dívidas que a empresa tem com os criadores. A Diplomata entrou na justiça no mês de agosto com um pedido de recuperação judicial por dificuldades em quitar os compromissos com os fornecedores. O pedido foi aprovado, mas para que o plano de pagamentos seja posto em prática depende de uma assembleia dos credores, que ainda não tem data marcada.
A Diplomata não quis dar entrevista. A União Brasileira de Avicultura informou que, no total, 20 empresas estão em dificuldades financeiras. Dez mil pessoas já perderam seus empregos, só no segundo semestre.