O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Maringá e Região fará hoje uma assembleia com 400 empregados do Frigorífico Mercosul, de Nova Londrina, região noroeste do Paraná, para saber se eles aceitam o pagamento da rescisão do contrato parcelado em três vezes. O presidente do sindicato, Rivail da Silveira, contou que a proposta foi discutida na segunda-feira no Ministério Público e será apresentada aos trabalhadores, que cumprem aviso prévio até o dia 23.
O Valor entrou em contato com o Mercosul para obter informação sobre as negociações com os empregados, mas a direção informou que não teria como dar entrevista ontem. Trata-se do terceiro frigorífico a demitir em 2009 no Paraná. O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, disse que outros dois fecharam as portas no fim de março. A unidade do Torlim localizada em Umuarama, na região oeste, encerrou as atividades e dispensou 240 empregados. Antes dele, o Frigojara, do município de Tapejara, demitiu 140 pessoas e parou de funcionar.
“Há excesso de capacidade instalada. A crise vai selecionar os que vão permanecer no mercado”, comentou Salazar, citando os seis grupos que pediram recuperação judicial nos últimos meses. Segundo ele, a falta de boi para abate é outro complicador para as empresas do segmento, que estão com parte da indústria ociosa. Em dezembro, pouco antes do Natal, o Mercosul fechou a unidade que operava no município de Paiçandu, próxima a Maringá, e demitiu 450 empregados. Na ocasião, os abates da região foram transferidos para Nova Londrina.