A suspensão dos abates de bovinos nas três unidades do Frialto em Mato Grosso comprometeu ainda mais a capacidade de abate no Estado, avalia a Associação dos Criadores de Mato Grosso ? Acrimat.
Segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária ? Imea, a pedido da entidade, depois da suspensão dos abates pelo Frialto, 33,67% da capacidade de abate está comprometida, já que os frigoríficos Independência, Arantes e Quatro Marcos, com plantas no Estado, estão em recuperação judicial e têm plantas paralisadas.
A capacidade total de abate no Estado, de acordo com o Ministério da Agricultura e com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso – Indea -, é de 38.056 mil cabeças por dia, mas hoje 12.815 animais não têm onde ser abatidos porque das 40 plantas do Estado, 17 estão paradas.
O Frialto pediu recuperação judicial na segunda-feira e suspendeu o abate na três plantas no Estado. De acordo com a Acrimat, o frigorífico é responsável por 6,49% da capacidade de abate no Estado. Na chamada região Médio Norte do Estado, o Frialto tem 58,26% do abate e no norte mato-grossense, 24,86%.
Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, disse que a paralisação do Frialto já tem reflexo direto no preço da arroba do boi gordo nas regiões onde estão localizadas as plantas da empresa. As unidades estão em Sinop, Nova Canaã e Matupá. Segundo Vacari, nessas regiões, o pecuarista recebe R$ 2 a R$ 3 a menos que nas demais do Estado.
A Acrimat também queixa-se da concentração dos frigoríficos em Mato Grosso. Segundo a entidade, a JBS tem 32,23% da capacidade de abate de bovinos no Estado, com 11 unidades. Só na região de região de Arinos, a empresa tem 66,27% da capacidade total de abate, no centro-sul do Estado, 44,67%, e no sudeste, 42,83%. Outro com participação relevante é a Marfrig. Com duas unidades, a empresa tem 10% da capacidade de abate do Estado. Pelos cálculos da Acrimat, JBS e Marfrig têm juntos 42,22% da capacidade de abate de gado bovino em Mato Grosso.