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Recursos Humanos

Crise do Sertanejo

Salário atrasado provoca protesto e crise no comércio. Funcionários do Frango Sertanejo e Suíno estão há quase 2 meses sem receber.

Crise do Sertanejo

André Luiz Ferreira de Oliveira, 33 anos, é um dos 1,4 mil funcionários do Grupo Arantes Alimentos, responsável pelo Frango Sertanejo e Suíno, em Guapiaçu (SP), que estão sem salário há quase dois meses.

Ele, que tem mulher e dois filhos, uma de 9 anos e outro de 5 meses, se diz desesperado. “Não sei mais o que fazer, não tenho dinheiro nem para comida. A sorte é que minha mulher amamenta o bebê.”

Os funcionários que pararam os trabalhos quarta-feira por falta de pagamento retornaram na segunda ao trabalho com a promessa de receber os atrasados. Porém, ao chegarem à empresa, cerca de 250 deles foram barrados sem explicação. Por precaução, fizeram um boletim de ocorrência policial.

Na espera por uma explicação, o grupo chegou a ficar mais de 12 horas em frente à empresa. “Estou aqui desde as 4h e já são 17h e até agora nada”, diz a auxiliar de produção Elaine Moura Leite, 22 anos.

“Eles nos ofereceram R$ 70 por dia para terminar o serviço que está parado. Como estou sem dinheiro, vou aceitar”, diz Carlos Eduardo Martins, 30, auxiliar de expedição.

Comércio afetado
Com 17. 938 habitantes, o comércio de Guapiaçu também sente os efeitos dos salários atrasados. “Aqui ainda é comum vender no carnezinho e o pessoal não está tendo como pagar nem como comprar mais”, diz um comerciante, que não quis se identificar.

“Há quatro meses recebemos o pagamento com atrasos, mas já vai completar 2 meses de atraso. Tenho contas a pagar e não consigo. Também não consigo crédito para continuar comprando”, diz Sílvia Renata Sposito, 28, auxiliar de produção, confirmando as declarações do comerciante.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Rio Preto e Região, Eurides Silva, aguardava, até o fechamento da edição, acordo com a empresa. “Falei com o advogado do grupo e até agora ele não deu resposta. Hoje iremos de novo até lá”, diz Silva.

Ouvido pelo BOM DIA,  o advogado da Arantes Alimentos Paulo Sequine disse que os diretores da empresa estão em São Paulo reunidos  para definir a situação. “Os diretores estão verificando como serão feito os pagamentos, mas não posso dizer quando isso será feito”, afirmou.