Indústrias do estado do Rio Grande do Sul registraram aumento nas exportações no acumulado do primeiro semestre. Conforme a Federação das Associações das Indústrias do RS (FIERGS), foram 34,1% de acréscimo neste período em relação ao ano passado, com 8,3 bilhões de dólares sendo o setor de alimentos o que mais cresceu. Nessa perspectiva, a Cooperativa Dália Alimentos reúne esforços para conquistar novos mercados no exterior e, no mês de junho, foi habilitada para exportar produtos de frango à Singapura.
Conforme a gerente da Divisão Controle de Qualidade, Ivane Giacobbo, a habilitação foi concedida exatamente no dia do aniversário da Dália, 15/06, mas a solicitação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foi requerida em abril de 2021. “O mercado de Singapura é bastante exigente, com padrões microbiológicos mais restritos do que o mercado brasileiro. Esse país asiático é um mercado muito importante, pois atualmente é o 10º país em importação de volumes de carne de frango do Brasil”, afirma.
Conforme Ivane, essa habilitação voltada ao frigorifico de frangos para o mercado singapuriano certifica a cooperativa a comercializar cortes e miúdos de frango. “Além dessa habilitação recente, a Dália vende cortes suínos para Singapura desde o ano de 2006 e, mais recentemente, foi habilitada para miúdos externos também”, relata.
Presente no mercado
Para o gerente da Divisão Comercial Carnes e Derivados, Igor Estevan Weingartner, a cooperativa já é conhecida nesse país asiático, pois já está presente há anos com a exportação de carne suína. Segundo ele, as exigências do mercado de Singapura se assemelham aos padrões do mercado japonês, que recentemente recebeu um container de corte de frango da Dália. “A diferença é que o mercado japonês é muito maior em volume de importações do que o de Singapura, por isso tem maior visibilidade, porém ambos são muito bons parceiros comerciais”, reforça.
Weingartner ressalta que ter habilitação é vantajoso para qualquer indústria, principalmente em momentos de crise. “Ter habilitações em alguns momentos é a diferença entre o lucro e o prejuízo”.
Caminho sem volta
Segundo o gerente da Divisão Frango de Corte, Eduardo Koefender, as novas oportunidades de comercialização são importantes para a empresa. “O mercado internacional geralmente valoriza mais o produto final, e em especial o de Singapura, que é um mercado qualificado e remunera muito bem a proteína, impactando nos ganhos da empresa”, reitera.
Na avaliação de Koefender, o segundo semestre de 2022 será mais rentável que o mesmo período do ano passado. “Estamos recém começando as exportações. No início do ano, 5% da produção diária foi destinada ao mercado externo, sendo que nossa estimativa para o segundo semestre é de 20%”.
Outro fator importante é o volume de escala comercializado para esses países. “O mercado internacional gera volume. Com a grande escala, melhoramos o retorno dos custos e a performance de nossa linha produtiva”.
Por fim, Koefender salienta que a busca pelo mercado internacional é um caminho sem volta. “Demoramos para conseguir as habilitações e alcançar os novos mercados por causa da pandemia. Mas agora que as auditorias voltam a ser presencias, consecutivamente, aumentamos nossas opções comerciais”, finaliza.