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Demanda externa e renda beneficiam Sadia

<p>Agroindústria deve fechar este ano com um incremento de 17% nos volumes exportados, superando 1 milhão de toneladas.</p>

Da Redação 15/12/2005 – Favorecida pela demanda aquecida no mercado internacional e pela melhora na renda no mercado doméstico, a Sadia deve fechar este ano com um incremento de 17% nos volumes exportados, superando 1 milhão de toneladas. Já as vendas no front doméstico crescerão 13% sobre as 736,5 mil toneladas de 2004. “Conseguimos aumentar os preços no mercado externo e ampliamos as vendas de industrializados no mercado doméstico”, afirmou o presidente do conselho de administração da Sadia, Walter Fontana Filho, durante encontro com jornalistas.

Assim como a Perdigão, que se encontrou com a imprensa na terça-feira, a Sadia prevê continuidade do crescimento ano que vem e avalia que os investimentos de R$ 850 milhões planejados para 2006 vão assegurar incremento semelhante ao deste ano. Em 2005, os aportes somaram R$ 600 milhões.

De acordo com o presidente executivo da Sadia, Gilberto Tomazoni, as vendas no mercado interno devem crescer 13% e no externo, 15%, no ano que vem. Esse crescimento está sendo vislumbrado, afirmou, por conta do aumento do consumo de proteínas no mundo e da urbanização. A empresa também espera melhorar a eficiência operacional e ganhar escala com a criação do centro de serviços de Curitiba.

A Sadia, que faturou R$ 7,3 bilhões em 2004, não fornece estimativas de receita bruta para este ano, mas tem uma meta de um crescimento de 15% no EBTDA.

O diretor de marketing da Sadia, Gilberto Xandó, destacou que o principal avanço no mercado interno este ano foi em industrializados. “A queda na inflação e nos juros tiveram impacto positivo na renda”. Ele acrescentou que as vendas de itens natalinos cresce de forma “vigorosa”, o “melhor [desempenho] dos últimos três anos”. A previsão é de aumento de 12% nos volumes negociados em relação a 2004.

Apesar do otimismo com 2006, os executivos da Sadia reconheceram que se o embargo russo aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente, permanecer a empresa e outros frigoríficos que atuam na região ficarão em situação difícil.

Na terça-feira, por conta da confirmação, pelo Ministério da Agricultura, do foco de aftosa no Paraná, a Rússia ampliou o bloqueio (antes restrito ao Mato Grosso do Sul) para Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. “A Rússia adotou uma medida preventiva, mas dadas as devidas explicações, os embarques devem voltar à normalidade em janeiro”, disse Tomazoni.

Com sua maior planta de suínos em Toledo (PR), a Sadia já redirecionou a produção. Com o embargo russo, a produção local será destinada ao mercado interno e a países que não bloquearam o Brasil. Pelo plano inicial, as unidades de Uberlândia, Concórdia e Três Passos passariam a abastecer a Rússia. Ocorre que essas fábricas também estão em regiões bloqueadas, pelo menos por enquanto. A Rússia responde por 40% das exportações de carne suína da Sadia e por 65% das vendas externas brasileiras.

A aftosa, aliada à greve dos fiscais agropecuários em novembro, já afetou os negócios da Sadia. Tomazoni estimou que 5 mil a 6 mil toneladas de carnes deixaram de ser embarcadas por conta dos dois problemas.

Dos R$ 850 milhões a serem investidos pela Sadia em 2006, parte será destinada às unidades de frango e suínos de Lucas do Rio Verde (MT), e de aves em Campo Verde (MT). Também haverá aporte na ampliação da unidade de Uberlândia, em centro de distribuição, e na ampliação de fábricas de Toledo e Ponta Grossa, além do centro de serviços de Curitiba.