A Vibra e a Tyson Foods assinaram, em meados de janeiro, o acordo para iniciar uma joint venture. A empresa norte-americana adquiriu 40% da divisão de alimentos da produtora de frango brasileira para reforçar sua estratégia de crescimento global. Na prática, contudo, pouca coisa vai mudar para as operações da Vibra no Brasil.
Os investimentos da Tyson não retiraram da Vibra seu poder de alocar recursos, afirma Raquel de Castro Guimarães, gerente de Marketing da brasileira. Ou seja, o capital da gigante norte-americana deve ser utilizado para que a Vibra continue em seu processo de investimento e crescimento no mercado brasileiro. “Compraram mais do que nosso processo, mas também o nosso jeito de fazer”, resume.
Um ponto importante que muda nessa parceria será interessante para o mercado interno. De acordo com Raque, a joint venture acelerará o lançamento de novos produtos. Por enquanto, contudo, não será possível encontrar a logomarca da Tyson nas gôndolas dos supermercados, avisa a gerente de Marketing.
Avicultura Industrial – Na prática, o que vai mudar para as operações do Brasil?
Raquel de Castro Guimarães – O investimento da Tyson é na sociedade em si, mas a decisão de alocar recursos continua sendo da Vibra. O que a Tyson “comprou” foi o nosso projeto. Ela acredita que a gestão atual é competente e capaz para decidir o que deve ser feito em questão de investimentos. Compraram mais do que nosso processo, mas também o nosso jeito de fazer.
Nosso contrato prevê cooperação mútua para explorar as oportunidades e continuar com o desenvolvimento da Vibra. O objetivo é manter as portas sempre abertas para troca de conhecimentos.
AI – Produtos da Vibra passarão a ter a logomarca da Tyson? Quais?
Raquel – Inicialmente não, os produtos da Vibra seguirão no mercado sem a logo da Tyson. O plano é continuar o reforço das marcas Nat e Avia no segmento.
AI – Como está sendo esse processo de trabalho conjunto entre a Vibra e a Tyson? Quais são os pontos considerados convergentes?
Raquel – É a soma de conhecimentos de duas grandes empresas, com o objetivo mútuo de estar em constante evolução e continuar agregando valor a proteína animal. O time está preparado para fazer essa interface com a Tyson e captar ao máximo as potências e oportunidades da joint venture. Também já está definida uma cadeira no Conselho de Administração da Vibra que será ocupada por Malik Sadiq – President, International Growth and Business Optimization da Tyson Foods.
Estamos em linha com o plano estratégico de internacionalização e acreditamos que esse investimento nos dará mais flexibilidade no fornecimento de produtos para clientes em áreas de demanda prioritária do mundo.
AI – Quais são as estratégias para a empresa ganhar mais espaço no mercado brasileiro?
Raquel – Traçamos como estratégia neste primeiro momento aproximar a Vibra das operações da Tyson Europa e do mercado asiático. Já no mercado interno seguiremos uma evolução gradual de novos produtos, desenvolvidos a partir das trocas de conhecimento entre as empresas.
A parceria acelerará o lançamento desses novos produtos. A Vibra passa a ter acesso às informações e ao grande conhecimento estratégico da Tyson. A troca que vem com essa parceria, naturalmente, agilizará todos os processos daqui para frente.
AI – Quais produtos deverão ser chave para isso?
Raquel – O mercado será informado conforme os lançamentos forem acontecendo.