Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (12/07), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reavaliou as expectativas para o ano de 2016. Segundo o presidente da entidade, Francisco Turra, diante do cenário brasileiro do primeiro semestre, onde houve estragos em praticamente todos os setores produtivos, expansão do índice de desemprego no país, os níveis de consumo foram fatalmente impactados, é esperado uma queda na expectativa inicial sobre a produção de suínos.
De acordo com Turra, os efeitos da instabilidade do setor no primeiro semestre deste ano deverá resultar em queda sobre a expectativa inicial de crescimento de produção para este ano (que se esperava chegar a 3,76 milhões de toneladas). Agora, o setor espera repetir volume próximo do produzido no ano passado, de 3,64 milhões de toneladas.
Já as vendas de carne suína, totais de 2016 em volumes, deverão superar em 28% o total registrado nos 12 meses do ano passado. Assim como para o setor de frangos, a China tem se destacado nas importações da carne suína brasileira. Outros grandes mercados, como Rússia (maior importador), Argentina, Chile e Singapura também aceleraram suas compras neste primeiro semestre.
Exportação de carne suína
A ABPA informou que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos) totalizaram, em junho, 61,322 mil toneladas, volume 29,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o setor já acumula alta de 54,7% em relação ao primeiro semestre de 2015, totalizando 353,3 mil toneladas.
A receita dos embarques em dólares chegou a US$ 122,9 milhões em junho, número 14,8% maior na comparação com o sexto mês de 2015. No semestre, os ganhos chegam a US$ 633,8 milhões, dado 14,8% maior na comparação com os seis primeiros meses do ano passado.
Já o saldo em reais chegou a R$ 420,7 milhões em junho, resultado 13% superior ao alcançado no mesmo período de 2015. No acumulado do ano, a receita obtida chegou a R$ 2,328 bilhões, 40,8% acima do alcançado no primeiro semestre de 2015.
15 maiores importadores do primeiro semestre
Mercado
A entidade ressaltou que ao longo dos seis primeiros meses deste ano, os produtores e exportadores de proteína animal viram o preço do milho dar saltos e alcançar patamares superiores a R$ 60,00 a saca. “Agora, com a colheita da safrinha de milho e o leve ‘respiro’ diante das cotações praticadas no cereal, é a vez da soja ‘pesar’ nos custos e na competitividade dos produtores avícolas e suinícolas do Brasil”, explicou Turra.
Para somar-se a estes fatores desfavoráveis, a queda do câmbio a patamares de R$ 3,30 impôs um aperto às margens do setor. Recentemente, a ABPA havia manifestado preocupação com relação à importância da manutenção do câmbio a R$ 3,50, para a manutenção da capacidade competitiva das agroindústrias exportadoras.