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Agroindústrias

Dólar mais forte e crescimento na Austrália e no Brasil vão alavancar JBS em 2015, diz CEO

Cerca de 83% da receita da JBS foi gerada em dólares no ano passado e 17% em reais.

Dólar mais forte e crescimento na Austrália e no Brasil vão alavancar JBS em 2015, diz CEO

Após mais um ano de aquisições globais e aumento de três dígitos no lucro, a JBS SA está posicionada para enfrentar a tempestade de uma recessão na economia brasileira em 2015 graças ao dólar mais forte, moeda em que ganha mais de 80% de sua receita, disseram executivos da companhia na quinta-feira (12) durante uma teleconferência com analistas.

 Cerca de 83% da receita da JBS foi gerada em dólares no ano passado e 17% em reais. A moeda do Brasil perdeu seu valor em relação ao dólar em um ritmo constante durante o ano passado, com a média da taxa de câmbio para o ano passando de R$ 2,16 em 2013 para R$ 2,35 em 2014.

 Mais produtos vendidos em dólares significa mais receita para o resultado no Brasil. O valor da moeda caiu mais rapidamente desde janeiro, com o dólar ganhando 17,3% ante o real ao longo dos últimos dois meses e meio, empurrando o real além de R$ 3 no início de março pela primeira vez em dez anos.

“O maior impacto da taxa de câmbio vai ser visto apenas agora em março e abril, quando as vendas de janeiro e fevereiro começam a ter efeito”, disse o presidente da companhia, Wesley Batista, em uma teleconferência para discutir os resultados do quarto trimestre e de 2014. “E para este ano, apesar de uma fraca perspectiva econômica interna, estamos vendo o bom desempenho de vendas (no Brasil) até março.”

A JBS fechou 2014 com lucro líquido de R$ 2 bilhões e receita líquida de R$ 120,5 bilhões, aumentos de 120% e 30%, respectivamente, em relação ao ano anterior, anunciou a empresa na quarta-feira.

 Os analistas de mercado têm projetado nas últimas semanas que R$ 3 será um ponto de estabilização natural para a moeda do Brasil em relação ao dólar este ano. Se essa taxa for mantida, ele dará uma vantagem instantânea para a JBS aumentar suas receitas e lucros para novos níveis recordes em 2015, considerando que seus lucros em 2014 foram feitos com uma taxa média de câmbio aproximadamente R$ 0,70 inferior à de hoje.

 Apesar de a expansão internacional da empresa não estar terminada, Batista disse que a JBS não tem planos este ano de buscar novas aquisições e vai se concentrar em crescimento orgânico depois de um 2014 movimentado, em que a empresa comprou ativos no México, Brasil e Austrália.

“O potencial de crescimento orgânico é maior na Austrália, com a recente aquisição do Grupo Primo. Estamos muito otimistas de que podemos expandir essa unidade de negócios, e aumentar nossa cota de vendas para alimentos processados em vários países da Ásia, incluindo a Coreia do Sul e China”, disse Batista.

 A JBS Foods, mais nova divisão da empresa que controla ativos de suínos, aves e alimentos processados no Brasil, também possui um grande potencial de crescimento da receita este ano depois de integrar vários novos ativos no final de 2014.

A subsidiária registrou receita líquida no ano passado de R$ 12,9 bilhões, mas se fosse anualizada considerando todas as aquisições feitas para esta unidade no ano passado, seria uma empresa de $ 18 bilhões em receita, disse Batista.