Concentrar a armazenagem e servir como ponto de distribuição para produtos da Brasil Foods no Rio Grande do Sul representa uma alavanca nos negócios da Standard Logística. A parceria com a ex-Perdigão começou a marca Elegê (lácteos), mas cresceu com base em duas estratégias do cliente: a aquisição de novas empresas e a ampliação das próprias marcas, como a Batavo Lácteos, Batavo Carnes, Avipal, Unileite, além da Perdigão Carnes
“Ao concentrarmos, neste semestre, em sua totalidade, as operações de armazenagem e ponto de distribuição das marcas da Brasil Foods para o mercado interno gaúcho, todos ganhamos em logística e administração”, afirma José Luiz Demeterco Neto, presidente da Standard, com sede em Curitiba, especializada em armazenamento frigorificado.
O faturamento da empresa com a unidade de Esteio, que atende o Rio Grande do Sul, deve crescer 10% neste ano, exclusivamente com a atividade de armazenagem. No total, a Standard espera aumentar seu faturamento em 33%, para R$ 120 milhões em 2009, sobre o total de 2008. Com a parceria integral feita com a Brasil Foods, o movimento mensal de armazenagem subiu para 15 mil toneladas, praticamente o triplo do praticado até 2008. “São cerca de 25 mil entregas por mês, com cada marca mantendo suas características de comercialização e distribuição”, explica Demeterco. Entre os benefícios da logística, que anteriormente envolvia pelo menos três operadores contratados pela Brasil Foods, está a redução do número de veículos transportadores. Um sistema desenvolvido pela Standard integra todos os clientes, com informações online.
O impacto negativo da crise econômica deflagrada no fim de 2008, conforme o executivo da Standard, levou muitas empresas a aumentarem a atenção para o mercado interno, o que refletiu sobre o segmento de armazenamento e transporte do país. Produtos antes destinados ao exterior foram transferidos para o doméstico. “Vieram novos clientes absorvidos pela unidade de Esteio, que tem 8 mil metros quadrados e onde investimos R$ 1 milhão em ampliações e adaptações”, diz Demeterco.
Para o diretor de ´supply chain´ da Brasil Foods, Augusto Gitirana Ferreira, os negócios com a Standard “levaram à junção de nossas operações, facilitando as sinergias logísticas no Rio Grande do Sul. A distribuição tornou-se mais eficaz com a utilização de veículos para todas as marcas”, diz.
A esperada fusão entre a Sadia e Perdigão, ainda na dependência de decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê), produz uma aspiração na Standard. “A Sadia, hoje, também é nossa cliente, como a Nestlé, Unilever, Carrefour, entre outras empresas. Mas com a fusão, o ganho de escala será certo. Em vez de saírem dois caminhões do armazém, sairá só um”, prevê o presidente.