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Eleva segue a trilha da Perdigão para crescer

<p>A oferta de ações na Bovespa será a fonte financiadora dos ambiciosos planos da Eleva, antiga Avipal.</p>

Redação (14/08/07) – O projeto desenhado pela companhia deve colocá-la na mesma rota trilhada pela Perdigão: a diversificação da produção no vasto ramo alimentício. No lugar de aguardar a velha máxima que diz "de grão em grão a galinha enche o papo", comenta-se que a captação será volumosa, para dar fôlego à estratégia paralisada desde as vacas magras da reestruturação financeira. A distância a ser percorrida pela Eleva é grande. A Perdigão captou R$ 800 milhões já no ano passado. 

A Eleva não revela a aplicação do dinheiro a ser obtido na bolsa nem mesmo no prospecto preliminar enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de sexta-feira. Porém, está disseminado no mercado seu apetite por aquisições no segmento de leite e derivados. 

Além do projeto com a CCL, dona da Paulista, pretende consolidar a atuação nas regiões Sul e Sudeste com a marca Elegê e lançar produtos de maior valor agregado. Investirá também em distribuição e marketing. Não foi por acaso a troca de nome para Eleva. A idéia é associar a marca ao ramo de alimentos em geral e não só ao segmento de aves. 

A entrada da Perdigão na área de leite marcou sua diferenciação perante à rival histórica Sadia e a estratégia da diversificação. Hoje, o projeto de longo prazo da empresa é que nenhuma área de negócios responda por mais de 20% do faturamento total. Além disso, os mercados externo e interno devem ser equivalentes. 

O princípio por trás do vasto cardápio adotada pela Perdigão e agora pela Eleva é a diluição do risco, já que o setor está vulnerável aos problemas sanitários nacionais e internacionais, bem como às oscilações nos preços da soja e do milho. 

Mas o projeto da Eleva não se limita ao leite. Também quer expandir a área de aves e suínos. A capacidade de abate de frangos será duplicada até 2009. O aumento da produção começará ainda este ano, na unidade do Nordeste, que passará a abater 340 mil aves por dia, ante as 170 mil atuais. 

A empresa afirma que melhorará a distribuição interna e buscará uma atuação mais forte nos países em desenvolvimento, para dar vazão ao crescimento da sua oferta . Agregar valor é um objetivo em todas as áreas de atuação. Assim, os industrializados devem ganhar mais espaço no seu portfólio de produtos. 

Os comentários são de que a companhia pode captar os mesmos R$ 800 milhões levantados pela Perdigão. O valor parece alto diante dos projetos em andamento e potenciais aquisições. Mas, levando-se em consideração o endividamento, torna-se mais razoável. A empresa tinha uma dívida líquida da ordem de R$ 400 milhões ao final de junho. 

Nos seis primeiros meses do ano, a receita líquida da Eleva foi de R$ 1,9 bilhão, frente aos R$ 3,0 bilhões da Perdigão. A comparação entre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) das concorrentes amplia a distância entre elas: R$ 89,1 milhões ante R$ 334,6 milhões, de janeiro a junho, respectivamente. A última linha do balanço da Eleva no intervalo foi positiva em R$ 40,6 milhões, frente os R$ 133,5 milhões da Perdigão.