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Suinocultura

Em busca do suíno ideal

<p>Coopercentral Aurora quer produzir suíno que obedeça padrões de peso, tamanho, qualidade da carne e otimizar aproveitamento industrial. Leia a entrevista!</p>

O cooperativismo Catarinense é o mais evoluído do País e a suinocultura industrial praticada no grande oeste de Santa Catarina é a mais avançada do planeta. Reflexo desse conceito superlativo é o projeto “Suíno Ideal” que a Coopercentral Aurora está desenvolvendo em parceria com as cooperativas filiadas. A idéia é tão simples quanto arrojada: produzir um suíno estandardizado, ou seja, que obedeça a padrões de peso, tamanho, qualidade da carne etc, permitindo a otimização do aproveitamento industrial.

O projeto iniciou através de um diagnóstico da cadeia de suínos realizada no primeiro semestre de 2007 que resultou numa proposta de implantação do projeto “Suíno Ideal” iniciado em agosto do mesmo ano. Objetivo: melhoria de processo na cadeia produtiva do suíno.

O projeto teve várias etapas: análise de base de dados dos suínos abatidos pela Aurora, experimento de corte para identificar o suíno ideal para o abate, diagnóstico de campo através de, visita a produtores para identificar os processos de crescimento e terminação junto aos produtores, análise dos dados de campo e definição de procedimentos operacionais padrão do processo de crescimento e terminação- Suicooper III, implantação de teste piloto em três filiadas (A1, Cotrel e Alfa), validação e implantação em todo sistema.

O diretor de agropecuária Marcos Antonio Zordan explica e o coordenador do projeto Sandro L. Treméa expõe as idéias e conceitos do “Suíno Ideal”:

Quando estará concluído?
Coopercental Aurora: Os testes-piloto tiveram sua conclusão em dezembro de 2008, mas o projeto nunca termina, pois busca a melhoria contínua da cadeia produtiva. Inicialmente implanta-se os procedimentos operacionais padrão e posteriormente, através de processos de auditorias, identifica-se melhorias a implantar.

Qual é o objetivo desse projeto?
Aurora: Redução na variabilidade de peso de carcaça fornecida para a indústria. Garantir o fornecimento de matéria-prima para a indústria. Melhor remuneração para o produtor integrado ao sistema SuiCooper III. Melhoria na conversão alimentar e mortalidade na propriedade e transporte.

Por que é importante a padronização do suíno processado pela Aurora?
Aurora: A padronização do processo de produção é extremamente importante pois assegura domínio do processo produtivo, redução da variabilidade dos suínos disponibilizados para o abate e por consequência: rendimentos padronizados, cortes padronizados e volume produzido dentro do esperado, bem como maior controle sobre os custos.

Nesse projeto, qual é o papel dos parceiros?
Aurora: O criador deve implantar os procedimentos operacionais padrões em seu processo de crescimento e terminação no sistema Suicooper III. A cooperativa filiada capacita os produtores para implantar os padrões do processo de crescimento e terminação e auditar o cumprimento dos padrões. O papel da Coopercentral Aurora é treinar os técnicos das Cooperativas filiadas, auditar os técnicos para implantação dos procedimentos operacionais padrão e auxiliar as filiadas para capacitação dos produtores.

Como o Suíno Ideal impactará os resultados industriais no tocante a otimização das carcaças de suínos? E, da mesma forma, como impactará os resultados financeiros?
Aurora: Os testes pilotos apresentaram melhorias significativas na variabilidade de peso para o abate. Isto possibilitará: rendimentos mais padronizados, Cortes mais padronizados e volume produzido dentro do esperado, bem como maior controle sobre os custos. Os testes pilotos apresentaram ganhos significativos na conversão alimentar, na mortalidade na propriedade e no transporte. Estes ganhos representam ganhos financeiros diretos.

A cadeia de suíno já tem um alto grau de eficiência. Como, portanto, potencializar os ganhos zootécnicos?
Aurora: Os testes pilotos realizados apresentaram ganhos zootécnicos em termos de redução da mortalidade no transporte, redução da mortalidade na propriedade, melhor conversão alimentar (ração transformada em carne) e redução do coeficiente de variação de peso no abate. Teremos menos perda de animais e suínos padronizados. Os ganhos obtidos nos pilotos realizados representam R$6,29/cabeça de suíno produzida nos sistema Suicooper III.

Quais serão os ganhos do criador, da cooperativa filiada e da Coopercentral com a implantação do projeto de padronização suíno ideal?
Aurora: Todos os elos da cadeia ganham: o produtor, pela melhor conversão e redução da mortalidade; as cooperativas filiadas, pela melhoria dos índices de conversão alimentar, mortalidade e redução de custos; a Aurora pela redução de custos de produção e por ter no abate um suíno mais padronizado.

Em que estágio encontra-se o programa? Tem projeto-piloto? Quais as cooperativas que já aderiram?
Aurora: Os projetos-pilotos já foram concluídos. A Cooperalfa implantou em todos produtores. A Cotrel e A1 como tiveram técnicos que implantaram piloto seguiram com apoio destes técnicos. A Coperio iniciou a implantação e suspendeu temporariamente. A Auriverde está iniciando processo de implantação. Nas demais cooperativas, a implantação será agendada.

Quantos produtores participam da implantação do projeto de padronização “Suíno Ideal”?
Aurora: O projeto- piloto foi implantado com o assessoramento de quatro técnicos na Cotrel (Erechim) em 11 produtores com 6908 cabeças alojadas, na Cooperativa A1 com 18 produtores com 6225 cabeças alojadas e na Cooperalfa com 11 produtores e 6609 cabeças alojadas.Estes produtores entregam, em média, 391 suínos por lote e 1172 por ano.

Qual é o montante do investimentos realizados e qual sua origem?
Aurora: A Aurora teve custos com a consultoria do INDG e disponibilizou um profissional para acompanhar o projeto. As filiadas, um técnico que já atuava no fomento de suínos. O processo não exigiu investimentos por parte do produtor, mas, apenas, o cumprimento dos procedimentos padrões estabelecidos.