As exportações da Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) ultrapassaram 294,6 milhões de reais nos primeiros sete meses deste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, o desempenho é 19,7% superior na área de frango e 0,09% no segmento de carnes suínas.
Apesar dos bons resultados, a cooperativa central está cautelosa sobre o comportamento do mercado mundial no segundo semestre. “A política cambial brasileira, ao manter o real valorizado, retira a competitividade e a lucratividade dos produtos exportados”, lamenta o presidente Mário Lanznaster. O desempenho das exportações foi prejudicado pela flutuação cambial. Em 2010, a Aurora exportou a um dólar médio de 1,79 reais enquanto, em 2011, exporta a um dólar médio de 1,62 reais. “A sobrevalorização do real reduz a competitividade do produto brasileiro e achata os resultados da empresa”. Por outro lado, o aumento dos custos de produção e o embargo russo ao Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso criam dificuldades a toda cadeia produtiva.
Nos primeiros sete meses de 2011 a Coopercentral embarcou 36.600 toneladas de carnes de frango, volume 12,10% maior que o primeiro septuamestre de 2010. As receitas com essa venda ao exterior cresceram 19,7% e atingiram 165,7 milhões de reais.
Os produtos asas, cartilagens congeladas de aves, coxas e sobrecoxas, meio peito, peito inteiro, meio das asas, moela, pés, pontas das asas e fígado pet food foram exportados para 36 países: África do Sul, Alemanha, Angola, Argentina, Aruba, Áustria, Ilhas Bahamas, Barein, Catar, Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Espanha, França, Gabão, Holanda, Hong Kong, Iraque, Japão, Kuait, Montenegro, Omã, Portugal, Romênia, Rússia, Marteen e Seicheles, além de Bósnia-Herzegovina, Grenada, Moldávia, Saint e Suriname.
No geral, o mercado de aves manteve boa demanda neste ano, gerando possibilidade de absorção do volume de produção exportável e melhora do preço em dólar. “Neste momento, enfrentamos algumas dificuldades de mercado devido a crise econômica mundial que tem demandado mais esforços de negociação junto aos importadores”, relata o gerente de mercado internacional, Dilvo Casagranda.
As exportações de carne suína totalizaram 25.900 toneladas que geraram divisas da ordem de 128,8 milhões de reais. Em volume (-0,22%) e em faturamento (+0,09%) não houve expansão, mas, estabilidade. O mix de produtos exportados inclui carré, costela, costelinha, joelho, ponta da costela, barriga, filezinho, lombo, paleta, pernil, sobrepaleta, cartilagem, miúdos internos e externos.
A ampliação do mercado internacional para carne suína não ocorreu e os principais compradores continuaram os mesmos países do ano anterior, apesar do esforço das empresas e do Governo brasileiro em prospectarem novos clientes. Os países importadores são Rússia, Ucrânia, Angola, Argentina, Armênia, Cingapura, Geórgia, Hong Kong e Uruguai.
A Rússia suspendeu, em junho, as importações que fazia do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso e paralisou as compras das demais regiões brasileiras.
A esperança, agora, são as missões técnicas e comerciais do Japão e da União Europeia que chegam ao Brasil ainda neste ano e as negociações em curso com África do Sul e Coreia do Sul.
Visão
Lanznaster antecipou que a Coopercentral quer ampliar sua participação no comércio exterior para 20%. Em 2010, a Aurora obteve uma receita operacional bruta de 3,1 bilhões de reais. As vendas no mercado interno contribuíram com 85,37% da receita total e atingiram R$ 2 bilhões 679 milhões, com uma evolução de 12% em relação ao ano anterior. As vendas no mercado externo corresponderam a 14,63% da receita global e totalizaram 459 milhões de reais, registrando expansão de 19,2%.