Da Redação 24/09/2003 – A empresa japonesa Toshoku, dona exclusiva de uma nova tecnologia de processamento de soja, está buscando parceiros no Paraná. A intenção é aproveitar a matéria-prima produzida na região, agregando valor ao complexo soja, que participa com 40%das exportações paranaenses (principalmente grãos e farelos).
Além de repassar a tecnologia, a Toshoku se compromete a comprar 100% da produção. Para isso é preciso instalar uma fábrica no Estado. A contrapartida do investimento local é de US$ 20 milhões. “É um valor alto – diz o diretor reeleito da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Japão do Paraná, deputado Luiz Nishimori (PSDB) – mas estudos comprovam que esses recursos serão recuperados em três anos”.
Tecnologia nova
A empresa japonesa desenvolveu a tecnologia de micropulverização da soja. Sem uso de produtos químicos ou calor. Pelo processo, o pó de soja extraído dos grãos conserva todas as propriedades nutritivas originais. Japão e Estados Unidos são os principais compradores do produto.
Cada quilo da farinha microprocessada custa cinco dólares e os japoneses estão dispostos a pagar três dólares e meio ao parceiro brasileiro que topar criar uma joint venture para explorar esse mercado. Representantes da Toishoku acabam de visitar o Paraná. Yoshinori Iwamoto e Ted Hattori estiveram conhecendo cooperativas da região Noroeste. Visitaram a Coamo, em Campo Mourão, e a Cocamar, em Maringá.
Também é possível extrair o pó de gérmen de soja, com tecnologia semelhante, segundo os representantes da empresa japonesa, destinado à fabricação de medicamentos e alimentos dietéticos. “Pesquisas do Japão confirmam o baixo índice de câncer de próstata e mama, devido ao consumo de produtos à base de gérmen, rico em isoflavona”, garante Ted Hattori.
Os técnicos da Coamo e da Cocamar ficaram entusiasmados com a nova tecnologia, de acordo com o diretor da Câmara Brasil-Japão, mas, por enquanto, as conversas não evoluíram na parte financeira. Segundo Nishimori, a instalação da empresa de micropulverização no Paraná permitiria a criação de um parque fabril de transformação do pó em produtos como iogurtes, sucos, leite de soja, queijos, pudins e sorvetes. A farinha já foi experimentada com sucesso pela Nestlé, Parmalat, Unilever Bunge alimentos e Coinbra, informa o deputado.