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Empresas de alimentos focam no mercado externo

Sadia, Perdigão e Seara estão entre as empresas brasileiras que estão investindo nas exportações.

Da Redação 06/10/2003 – 05h40 – Os papéis das empresas do setor de alimentos vêm passando por uma boa fase de valorização neste ano. Entre as ações preferenciais do setor mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, a da Sadia subiu 111,2% no acumulado de 2003, a Perdigão 47,7% e a Seara 40,36%. Mas, segundo analistas, a queda do poder de compra do brasileiro ainda é um problema para as companhias, que aguardam uma retomada do crescimento do país para voltar a explorar todo potencial do mercado interno.

As companhias também foram prejudicadas no primeiro trimestre do ano pela forte alta no preço dos grãos, principalmente milho, e não mostraram um bom desempenho operacional no período. A recuperação vem se dando ao longo do ano.

Enquanto isso, as fabricantes de produtos alimentícios ganham o mundo e demonstram a força no mercado externo. As recentes barreiras comerciais impostas pela Rússia que criou as chamadas “cotas geográficas” – restrições de importações específicas para cada país – e pela União Européia por conta do teor de sal no frango brasileiro devem impactar o volume das vendas externas, mas as companhias têm posições fortes em outros países que podem sustentar a geração de receita. “Em relação à Rússia, as empresas têm contornado muito bem o bloqueio com a exploração de outras regiões como Ásia e Oriente Médio”, afirma Basílio Ramalho, analista do Unibanco Research. “O efeito das restrições européias ainda não foi sentido, mas deve aparecer no quarto trimestre”.

Quando começa a recuperação do mercado interno ainda é uma incógnita. Mas analistas consideram que os alimentos devem ser um dos primeiros beneficiados pelo aumento do poder de compra da população. Porém, segundo Luiz Alberto Binz , analista da Geração Futuro, o aumento nas vendas das empresas de alimentos não deve ser espetacular, por se tratarem de itens de primeira necessidade. “Os alimentos não sofrem tanto nas crises, pois a população precisa comer, mas também não se beneficiam tanto na recuperação”, diz.