De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (22/03) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), impulsionados pela demanda aquecida e pela restrição da oferta no spot nacional, os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar do avanço da colheita das lavouras de verão, compradores relatam dificuldades em realizar negócios.
Segundo pesquisadores do Cepea, muitos produtores, mesmo diante dos preços recordes, comercializam apenas pequenas quantidades – esses agentes relatam não ter problemas com armazenagens. Vendedores estão à espera de valores ainda maiores, fundamentados na baixa disponibilidade do cereal no spot, em incertezas quanto à oferta do milho da segunda safra e no dólar valorizado.
Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), renovou o recorde diário real da série histórica do Cepea, ao fechar, na quarta-feira, 17, a R$ 93,44/sc de 60 kg (a série foi deflacionada pelo IGP-DI de fevereiro/21).
O avanço da colheita de soja no Brasil, a melhora do clima na Argentina e a falta de cota para embarcar o grão nos portos nacionais pressionaram os valores internos e também os prêmios de exportação da oleaginosa na semana passada, conforme indicam pesquisadores do Cepea. No campo, em Mato Grosso, o baixo volume de chuva no início da semeadura de soja e, depois, o excesso das precipitações na colheita elevaram a quantidade de grãos avariados e com excesso de umidade, o que pode resultar em descontos nos valores pagos.
No Paraná, produtores consultados pelo Cepea indicam que um pequeno volume dos primeiros grãos colhidos estava avariado, mas isso não deve impactar na produção total do estado. Já no Rio Grande do Sul, o déficit hídrico e o aumento dos casos de pragas e fungos nas lavouras de soja preocupam agricultores. O estado gaúcho é o que mais apresentou focos de ferrugem asiática nesta temporada