Mato Grosso do Sul teve no primeiro trimestre de 2020, aumento médio de 50% no volume de carne de frango exportado para outros países, atingindo mais de 37 mil toneladas, sendo os principais destinos, China e Japão. O Estado destina 40% da produção à exportação.
Conforme o Boletim Casa Rural do Sistema Famasul, as exportações da carne de frango in natura pelo estado, no primeiro trimestre do ano, atingiram US$ 65,4 milhões de receita e volume de 37,2 mil toneladas.
Comparando com o mesmo período de 2019, houve aumento de 42% na receita e 48% no volume. No primeiro trimestre do ano passado, o Estado faturou US$ 46 milhões e atingiu o volume de 25,1 mil toneladas nas exportações.
De acordo com a economista Eliamar Oliveira, analista técnica do Sistema Famasul, os números das exportações foram positivos porque houve aumento de demanda pelos principais importadores. “Os três países do ranking, China, Japão e Emirados Árabes, responderam por 51% da receita e 45% do volume exportado. Eles aumentaram as compras em 36%, com destaque para o Japão, que comprou um volume 84% superior ao igual período de 2019”, analisou.
Seguindo o ritmo das exportações, o mercado interno de carne in natura de frango também esteve aquecido nos três primeiros meses deste ano. Segundo o boletim pecuário da última semana, em março, o preço do quilo da carne de frango estava em R$ 6,40. Comparado ao mesmo mês de 2019, quando a cotação estava em R$ 5,43 o quilo, houve um aumento de 17,8%. “O bom desempenho do mercado externo contribui para a valorização dos preços no mercado interno, em razão do aumento na demanda. Aproximadamente 40% da produção de MS destina-se ao mercado internacional”, disse a economista.
O presidente da BRF (BRFS3), Lorival Luz, disse ao Valor que a “demanda agregada” pelos produtos do grupo segue estável e dentro do que foi planejado. Até agora, afirmou Lorival, a companhia não reduziu a produção de frango. Mas ele frisou que a empresa está preparada para fazer ajustes caso o coronavírus reduza a velocidade de abates.
Na quarta-feira (15), Lorivalhavia sinalizado que a BRF poderia reduzir o ritmo de abate de animais caso a contaminação de funcionários pelo novo coronavírus aumente. Mas ele afirmou que a empresa tem um “plano claro” para ajustar a produção caso seja necessário.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Estado abateu 38,8 milhões de animais entre janeiro e março de 2020. O número representa alta de 0,6% nos animais abatidos em relação ao primeiro trimestre de 2019, quando foram abatidos 38,6 milhões de aves.