Não fosse o excelente desempenho no mercado internacional, a suinocultura brasileira estaria vivendo hoje um dos piores momentos da atividade. Os preços caíram muito a partir da segunda quinzena de junho, mas certamente seria muito pior se as exportações não estivessem com o melhor desempenho de todos os tempos. Nos primeiros seis meses de 2016 o Brasil vendeu 301 mil toneladas de carne suína in natura no mercado externo, contra apenas 193,6 mil toneladas comercializadas no mesmo período do ano passado. No acumulado desse ano o total exportado é 55,48% maior que o do ano passado. E julho começou ainda melhor, com média diária de 3,6 mil toneladas embarcadas para o exterior contra 2,4 mil toneladas diárias do mês de junho. Em apenas seis dias o Brasil já enviou 21,4 mil toneladas de carne suína para o exterior.
O preço interno parece estar se estabilizando. Depois de duas semanas sem acordo na bolsa de Belo Horizonte produtores e frigoríficos chegaram ontem ao consenso de R$ 4,00 para o quilo do animal vivo. Em São Paulo o preço de referência fechou com a mínima em R$ 3,41, o que pode provocar novas quedas em Minas Gerais. Mesmo não sendo suficiente para cobrir todos os custos da produção o preço do animal vivo tem se sustentado muito mais pelo desempenho das exportações do que pelas vendas no mercado doméstico, que castigado pela recessão e pelo desemprego não permite ainda o repasse de preços no varejo e limita a possibilidade de grandes altas neste segundo semestre.