Da Redação 12/12/2002 – A Perdigão vai encerrar o ano com aumento de 18% no faturamento, para R$ 3,3 bilhões, em relação aos R$ 2,8 bilhões obtidos em 2001. Segundo o presidente Nildemar Secches, a perspectiva para 2003 é de crescimento de 8% no volume de físico. “As exportações de aves e suínos foram muito favoráveis neste ano.”
A empresa de aves e suínos prevê investir R$ 100 milhões em 2003 no aumento de produção e de produtividade, além de modernização de suas indústrias. A Perdigão emprega 23,5 mil funcionários e prevê gerar 1,6 mil novas vagas com os investimentos previstos.
A estratégia da empresa foi desenhada num quadro econômico para o Brasil que Secches considera realista. “Prevemos crescimento do PIB de 1%, a taxa de juros deve permanecer alta, o IGPM em torno de 15% e o dólar deve fechar 2003 em torno de R$ 4.”
Embarques para China
Segundo o executivo, os chineses compram, sobretudo, coxa com osso, asa e pé de frango, consumidos como aperitivos. A expectativa é de que os embarques atinjam no primeiro ano entre 500 e 1.000 toneladas por mês. Em Hong Kong, um dos principais mercados da Perdigão, os embarques mensais de aves totalizam 4,5 mil toneladas.
Os embarques para o Canadá – barrados em novembro em razão de questões políticas envolvendo os Estados Unidos e canadenses – podem ser liberados também entre janeiro e fevereiro, diz De Toni. Para a Perdigão, o mercado canadense representa cerca de 500 toneladas de aves por mês.
Bom desempenho
Apesar das barreiras protecionistas impostas, principalmente pela União Européia, as exportações da Perdigão devem superar R$ 1,2 bilhão – 41% do faturamento líquido da empresa. Em dólar, as exportações movimentara US$ 420 milhões.
A perspectiva é de que os embarques cresçam 16% em volume em 2003, caso as barreiras da China e Canadá sejam derrubadas. Segundo De Toni, os importadores europeus podem migrar os negócios para os produtos processados em substituição aos produtos salgados, após a decisão da Europa e aumentar a alíquota.
Para Wang Wei Chang, vice-presidente de Finanças, Controladoria e Relações com os Investidores da agroindústria, o mercado externo deixou de ser uma alternativa de negócio e hoje ocupa uma posição estratégica na agroindústria.