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Fechamento do Independência dificulta crédito a pequenos

Os bancos se retraíram ainda mais na liberação de crédito após o fechamento das unidades do frigorífico.

Redação (26/03/2009) – Os frigoríficos de menor porte de Mato Grosso do Sul, que já alegavam dificuldades para conseguir crédito, informam que com o fechamento das unidades do grupo Independência os bancos se retraíram ainda mais.

A informação é do presidente da Assocarne (Associação dos Frigoríficos de Mato Grosso do Sul), João Alberto Dias. A entidade congrega 21 indústrias cuja escala de abates vai de 40 a 1000 animais ao dia e que, segundo Dias, estão mantendo a negociação de gado no Estado.

Alberto afirma que todos os frigoríficos associados estão operando, ao passo que unidades de grandes grupos fecharam as portas e suspenderam abates. Hoje são 18 frigoríficos fechados em Mato Grosso do Sul.Em dificuldades, os pequenos operam com 60% a 70% da capacidade.

O presidente da Assocarnes alega que os pequenos são massacrados pelos exportadores. Com a crise e a redução das negociações com o mercado externo, diz, os frigoríficos exportadores “jogam no mercado interno a carne deles com o benefício fiscal que recebem pela exportação e quebram os pequenos”.

Alberto Dias afirma que o setor sempre teve dificuldades para acessar crédito ao passo em que grandes grupos conseguem obter recursos vultuosos e, segundo ele, dão destinação incorreta ao crédito. “Ao invés de investirem na produção frigorífica compram jatinhos, iates e investem em ações”, denuncia.

Ele diz, ainda, que os pequenos frigoríficos, que são recolhedores de impostos, sofrem forte pressão fiscal, enquanto os exportadores, além de terem isenção nas operações externas recebem bônus.

Sem crédito – O proprietário do frigorífico Vitória, em Nioaque, Nelson Oliveira, conta que ontem esteve em São Paulo, para agilizar operação de crédito já aprovada no banco e foi informado que não seria liberado o recurso. Ele acredita que retração dos bancos está diretamente ligada ao processo de fechamento de unidades do Independência que, segundo informações do setor produtivo, hoje teria dívida acumula de R$ 1,2 bilhão.

Por outro lado, Nelson avalia que o fechamento de unidades do Independência, um dos maiores grupos do País, fez com que os produtores dessem mais crédito aos frigoríficos menores. “O pecuarista está acreditando mais na gente”, afirma.