Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) registraram um crescimento impressionante de 103% em 2023, alcançando um patrimônio líquido de R$ 21,3 bilhões.
Este avanço significativo destacou-se consideravelmente em comparação com outros segmentos de mercado, como renda fixa, renda variável e fundos de investimento em geral, que apresentaram uma média de crescimento de 11,2% no mesmo período.
Adicionalmente, ao incluir os sete Fundos de Investimentos em Participações (FIP) que se converteram para a categoria Fiagro-FIP, o patrimônio líquido total ultrapassou a marca de R$ 38 bilhões.
Estes dados foram divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ressaltando a adoção de regras provisórias estabelecidas em 2021 para essa categoria de produto.
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, expressou o compromisso da autarquia em continuar aprimorando e modernizando a indústria dos Fiagro, enfatizando a importância do agronegócio para o desenvolvimento econômico do Brasil.
O agronegócio se destaca como uma das principais áreas de interesse sob sua gestão, de acordo com declarações fornecidas.
O Boletim CVM Agro da Superintendência de Securitização e Agronegócio (SSE) da CVM detalhou que metade dos 97 Fiagros em operação se classifica como Fiagro-FII (imobiliário), com os certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRI e CRA) sendo os principais ativos investidos, representando 55% do total. Imóveis e direitos creditórios seguem em importância, com participações de 16% e 15%, respectivamente.
Outro destaque foi o crescimento do mercado de CRA, que apresentou uma expansão de 35,8% em 2023, atingindo R$ 130 bilhões.
A maioria dos recursos captados por este meio destina-se ao financiamento de produtos agropecuários, com o produtor rural emergindo como o principal captador de recursos, representando 45% do total.
As debêntures lideraram como o instrumento mais utilizado para lastrear os CRAs, seguidas por direitos creditórios e outros mecanismos financeiros.