A Fitch revisou, de “estável” para “negativa”, a perspectiva para a nota de crédito dos frigoríficos JBS, BRF-Brasil Foods e Marfrig Alimentos. Em comunicado, a agência de classificação de risco atribuiu a mudança à elevação dos preços internacionais de soja e milho, que deve ter reflexos expressivos sobre os custos de produção, sobretudo de aves e suínos.
A alta dessas commodities foi provocada pela seca nos Estados Unidos, que castigou as lavouras e derrubou as estimativas de produção da safra 2012/13. Atualmente, a Fitch atribui uma nota ‘BB-’, (grau especulativo), para as emissões da JBS S.A., ‘B+’ (grau especulativo), para as emissões da Marfrig e “BBB-” (grau de investimento), para as emissões da Brasil Foods.
A agência ponderou que as oscilações nos preços dos grãos são “inerentes aos negócios dos produtores de proteína” e que aumentos de custo tendem a ser repassados aos consumidores finais no longo prazo, mas que JBS e Marfrig já sofrem com ratings baixos nos segmentos mais afetados pelo choque de custo. “Além disso, as duas empresas precisam se desalavancar para manter sua qualidade de crédito”, aponta.
No caso da BRF, a alta dos preços aconteceu em um momento “bastante inoportuno”, uma vez que a companhia já enfrenta uma elevação temporária de custos em virtude da transferência de ativos para a Marfrig e da suspensão de algumas de suas marcas, impostas pelo Cade.