O Fórum de Suinocultores Integrados de Santa Catarina foi realizado no dia 26 de outubro, em Concórdia, berço da suinocultura brasileira. O encontro promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) em parceria com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), teve como objetivo principal promover discussões em torno das dificuldades enfrentadas pelos produtores que trabalham com o sistema de produção integrada, além de abordar os principais pontos dos projetos de Lei 8.023/10, da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr), que aguarda análise na Câmara dos Deputados e também o projeto da senadora, Ana Amélia (PP-RS), que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do senado.
De acordo com o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, Santa Catarina foi escolhido o primeiro estado a sediar o encontro, por ser o maior produtor de carne suína do país e Concórdia pelo fato de ser o berço da suinocultura e município sede da ACCS. “Estes fóruns são de extrema importância, pois será através deles que teremos legitimidade que precisamos para defendermos os nossos produtores”, disse Lopes.
Para o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, a participação dos produtores é essencial neste primeiro momento. “Eles precisam conhecer as novas leis que irão reger principalmente os contratos de integração. O produtor precisa saber que as entidades estão trabalhando junto com as agroindústrias e o que foi apresentado neste Fórum é de comum acordo com eles. As propostas apresentadas no evento serão levadas ao Congresso Nacional para que possamos melhorar cada vez mais os contratos de integração”, enfatiza Lorenzi.
Segundo o professor e mediador do Fórum, Josemar Xavier de Medeiros, as leis buscam criar um marco institucional para facilitar e melhorar a relação entre produtor integrado e agroindústria. “No surgimento de eventuais conflitos ou dificuldades a própria justiça terá condições de orientar o produtor de como tomar as suas decisões”, explicou Medeiros.
De acordo com o produtor José Cléo Kuntz a suinocultura atual precisa de ajustes, melhorias e aperfeiçoamento. Mas isso só irá acontecer se houver comprometimento dos dois lados. “Precisamos equilibrar a nossa relação, as dificuldades não podem ficar apenas para os produtores, por que assim não vamos conseguir nos manter mais na atividade”, desabafou Kuntz.