Redação (25/11/2008) – O mercado mais exigente do mundo. Esse é o foco da C.Vale quando o assunto é produção de carne de frango. A cooperativa criou uma segunda linha de abate em 2005 e está perto de chegar ao limite de sua capacidade novamente: 300 mil aves ao dia. A terceira linha de abate começa a ser implantada. A estratégia de crescimento é rastrear a produção de grãos (soja e milho), fabricar a própria ração e respeitar as exigências sanitárias internacionais, garantindo mercado ao produto final. O projeto venceu o Prêmio Cooperativa do Ano 2008 na categoria Qualidade e Produtividade.
“Se o comprador quiser que a gente dê uma volta no aviário com o frango gritando ‘vivaaaaa’, não tem problema. Nós podemos fazer isso por uma melhor remuneração”, afirma o presidente da C.Vale, Alfredo Lang. A meta de agradar ao mercado mais exigente do planeta, que ele aponta como a Inglaterra, mobiliza toda a cooperativa, relata.
Uma das duas linhas de abate da C.Vale, em Palotina (Oeste), só recebe frango vegetariano, ou seja, que não consome farinha com ingredientes de origem animal. A ração desse grupo também não contém soja nem milho transgênico – até a medicação das aves é restrita. Sabe-se de qual propriedade veio o grão usado na ração e qual a semente utilizada pelo agricultor. Tudo isso é documentado. A outra linha de abate, que funciona desde 1997, atende ao mercado interno e a países que não exigem essa documentação.
Os critérios sanitários dos clientes precisam ser cumpridos à risca nos abatedouros. Para isso, é necessário “treinamento, treinamento e treinamento”, afirma o gerente da indústria de 2,8 mil funcionários Neivaldo Burin. As auditorias dos clientes são constantes, mas o rigor maior tem que ser interno, diz Monica Casali, encarregada da Gestão de Qualidade. Esse controle é exercido por 26 funcionários em três turnos, relata.
Nos aviários, além do cuidado com a ração, é preciso garantir o bem-estar animal. Mercados como a União Européia pedem que os frangos sejam poupados de frio, calor, fome, sede e inclusive de ficar no meio de outras aves mortas. Quando algum deles morre no aviário, é preciso retirá-lo imediatamente.
Burin afirma que o monitoramente ocorre em toda a cadeia da produção de carne de frango. A idéia é jamais chegar a um alimento fora de padrão. “O foco dos programas de qualidade deixou de ser o final para se concentrar em todo o processo e evitar o reprocessamento”, afirma.