Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústria

Frigol registra redução de 53% em seu lucro líquido no 2º trimestre

Receita bruta totalizou R$ 821 milhões, refletindo uma diminuição de 15% em relação ao ano anterior

Frigol registra redução de 53% em seu lucro líquido no 2º trimestre

A Frigol, atuante nos segmentos de carne bovina e suína, reportou um lucro líquido de R$ 24 milhões no segundo trimestre deste ano, apresentando um declínio de 53% em comparação ao lucro líquido do mesmo período do ano passado. A receita bruta totalizou R$ 821 milhões, refletindo uma diminuição de 15% em relação ao ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou a marca de R$ 29 milhões, representando uma queda de 66% em relação ao Ebitda do ano passado, com uma margem de 4%.

De acordo com o comunicado divulgado, Eduardo Masson, diretor financeiro (CFO) da Frigol, destacou a disciplina financeira e o esforço na gestão de capital de giro como fatores que contribuíram para o balanço positivo. Ele ressaltou o aumento de 38% no caixa, que chegou a R$ 292 milhões ao final do segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior. A cifra também demonstra um crescimento de 36% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Comparando com o primeiro trimestre de 2023, a receita bruta registrou um aumento de 12%. Durante o período de janeiro a março, a Frigol enfrentou um prejuízo líquido de R$ 15 milhões. Eduardo Miron, CEO da Frigol, comentou que o segundo trimestre representou um período de recuperação após um início de ano marcado pelo autoembargo nas exportações de carne bovina para a China. Ele também explicou que a desvalorização do real e a redução dos preços do mercado chinês impactaram as receitas de exportação, levando a uma queda na comparação anual.

Miron destacou a estratégia adotada pela empresa de redirecionar as vendas para o mercado interno, aproveitando as marcas consolidadas e o relacionamento sólido com os clientes. A diversificação entre os mercados interno e externo foi elogiada como positiva para a empresa, oferecendo flexibilidade nas estratégias de vendas. No segundo trimestre, as vendas para o mercado externo representaram 54% da receita bruta da Frigol, superando os 42% registrados no primeiro trimestre e alinhados com os 55% do mesmo período no ano anterior. Os principais destinos de exportação foram a China e Israel.

Neste segundo trimestre, a Frigol também finalizou projetos que elevaram a capacidade produtiva de suas três plantas de bovinos, situadas em Lençóis Paulista (SP), Água Azul do Norte e São Félix do Xingu, no Pará. A expansão permitirá o abate de 590.000 animais em 2023, representando um aumento de 25% em relação a 2022.

Eduardo Miron enfatizou a busca contínua pela eficiência operacional e destacou que a empresa está se preparando para o momento de recuperação do setor, ao ampliar a capacidade de produção, aprimorar o monitoramento de fornecedores e fortalecer as relações com clientes internos e externos.

A empresa também ressaltou sua presença na Sial China, a maior feira internacional de produtos alimentícios realizada em Xangai, onde estreitou relações com clientes-chave. Além da China, a Frigol vê um grande potencial de crescimento nos países do bloco da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que abrange uma população de aproximadamente 700 milhões de pessoas.

No âmbito das exportações, a Frigol obteve recentemente habilitações para exportar para Cingapura e Indonésia, com planos de buscar habilitações para Filipinas e Malásia. A empresa exporta para mais de 60 países.

No mercado interno brasileiro, a Frigol prosseguiu com a expansão do projeto Açougue Completo FriGol, uma parceria com supermercados voltada para a comercialização de produtos de alto valor agregado.

A empresa reforçou seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental, mencionando que monitora integralmente os fornecedores diretos em todos os biomas. A Frigol também anunciou a implementação do Protocolo de Monitoramento Voluntário de Fornecedores de Gado no Cerrado, desenvolvido em colaboração com as associações Proforest e Imaflora, com o objetivo de promover práticas sustentáveis na compra de produtos de origem bovina nesse bioma.