Redação SI 07/10/2005 – A relação entre Seara Alimentos e seus integrados está abalada. Na próxima segunda-feira está prevista uma manifestação em frente a unidade frigorífica da empresa, em Seara.
São esperados cerca de 400 dos 700 integrados. Uma comissão foi montada em maio depois que a empresa contratou uma equipe para fazer a limpeza das instalações dos integrados. Os suinocultores informam que não foram consultados e, inicialmente, tinham que pagar R$ 0,73 por animal pelo trabalho realizado.
Em maio foi criada a comissão de Parceiros da Seara, presidida pelo produtor Leonir Giaretta. Depois disso houve uma reunião com diretores da empresa, no dia 6 de junho. Apesar de mantido o serviço terceirizado, a lavagem não foi mais cobrada. Mas os suinocultores reclamam que eles já possuem equipamentos de limpeza e poderiam fazer o serviço, sem pessoas estranhas em suas propriedades.
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Outro ponto de discórdia é a cobrança do valor de suínos que acabam morrendo ou são descartados. Os produtores alegam que muitas vezes já recebem os animais doentes, que são de responsabilidade da empresa.
Outra exigência é de uma melhora na remuneração. Leonir Giaretta afirmou que recebeu R$ 9 por suíno gordo, enquanto que o custo é de R$ 22,33. Ele também reclamou que a empresa não contribui com o destino dos dejetos dos plantéis que não são de propriedade dos produtores.
Empresa não se manifesta
Giaretta disse que, além de não discutir com os produtores desde junho, a empresa ainda rescindiu contrato de quatro integrantes da comissão, ameaçando outros integrados. Naceli, esposa de Giaretta, destacou que a propriedade está sem suínos desde 23 de setembro.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Wolmir de Souza, afirmou que a entidade apóia e considera justa a reivindicação dos produtores. A Seara Alimentos foi procurada, mas não quis se manifestar sobre o assunto.
