Os frigoríficos querem dar notas aos pecuaristas pelas práticas socioambientais, em um modelo semelhante ao adotado por agências de classificação de risco na avaliação de bancos ou países.
A proposta, elaborada pela Abiec (Associação Brasileira da Indústria de Carne Bovina), será discutida hoje e na sexta-feira com a Procuradoria-Geral da República e com a Abras (Associação Brasileira dos Supermercados).
Trata-se de uma nova tentativa de elevar o nível das informações que os frigoríficos têm de seus principais fornecedores, diante de crescentes exigências socioambientais.
Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, acredita que o “rating” pode estimular os pecuaristas a apresentar mais dados sobre suas propriedades.
Quanto mais informações divulgadas e maior o nível de regularização, maior a nota.
“Queremos diferenciar quem está no vermelho”, diz Sampaio, referindo-se aos pecuaristas excluídos do fornecimento de grandes frigoríficos por falta de informações.
Em 2009, quando o Greenpeace relacionou a pecuária ao desmatamento da Amazônia, os principais frigoríficos se comprometeram a não comprar bois de áreas desmatadas e com problemas agrários ou de trabalho escravo.
Para compor o rating, serão analisadas informações geográficas (por imagens de satélite), da documentação da propriedade e das listas de irregularidade do Ibama e do Ministério do Trabalho.
Além da indústria, do MP e do varejo, o rating também pode interessar aos bancos em seus processos de avaliação do risco de crédito ou de seguro, acredita a Abiec.