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Sanidade

Frigoríficos do PR, GO, SC, SP e MT recebem missão européia para inspeção

Ação visa obter mais esclarecimentos sobre os desdobramentos da Carne Fraca

Frigoríficos do PR, GO, SC, SP e MT recebem missão européia para inspeção

Até o dia 23 de maio, uma missão veterinária da União Européia estará no Brasil para fazer inspeções em frigoríficos de todas as carnes (bovina, de frango e suína). Divididos em três grupos, seis veterinários percorrerão os estados do Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, a auditoria tem dois objetivos: obter mais esclarecimentos sobre os desdobramentos da Carne Fraca e para realizarem a auditoria anual de rotina, que garante a renovação da habilitação dos frigoríficos brasileiros para exportarem à União Européia. 

Nesta terça-feira (02/05), os veterinários europeus passaram o dia no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Receberam mais informações sobre as medidas adotadas para garantir a segurança sanitária depois da deflagração da Operação Carne Fraca da Polícia Federal. Uma das medidas do ministério foi suspender o certificado de exportação de estabelecimentos que passaram a ser auditados.

Também definiram juntamente com integrantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) os locais que visitarão. Nesta quarta-feira (03/05) os europeus iniciarão as visitas a Superintendências Federais da Agricultura (SFA) de Goiás, do Paraná e de Santa Catarina. Na sequência, cada dupla se dirigirá às plantas frigoríficas desses estados.

UE usa crise para pressionar Brasil a abrir seus mercados

A União Europeia (UE) está usando a crise gerada pela Operação Carne Fraca para tentar arrancar rapidamente do Brasil melhor acesso às suas exportações de produtos agroalimentares, apurou o Valor Econômico no início de abril. Documento da UE aos 28 Estados­-membros para o debate sobre a “fraude da carne no Brasil” no comitê de ministros europeus de Agricultura, que acontece nesta segunda-­feira, faz um claro vínculo entre as duas questões, e eleva a pressão sobre o governo brasileiro para abrir o mercado.

No documento, a União Europeia relata que o comissário de saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, na visita que fez ao Brasil, na semana passada, pediu informações adicionais sobre os controles sanitários e concordou com um novo encontro técnico nos próximos dias para receber mais informações sobre as investigações da Carne Fraca.

O documento sublinha que o comissário “aproveitou a oportunidade para destacar a forte insatisfação dos Estado-membros com as dificuldades no acesso ao mercado para exportações europeias de produtos agroalimentares ao Brasil, que contrasta com a abordagem transparente e construtiva em relação ao Brasil, inclusive na atual situação”.

A UE avisa que, dependendo dos controles reforçados, da evolução da situação e das respostas das autoridades brasileiras a demandas de medidas corretivas, a Comissão Europeia e os 28 Estados­membros vão decidir se novas medidas serão necessárias em relação à importação da carne brasileira. A comissão vai também enviar auditores ao Brasil o mais rápido possível, provavelmente não antes de meados de maio.

O Ministério da Agricultura registrou em comunicado que os técnicos da União Europeia, na visita a Brasília, além de discutirem controle e auditoria sobre a carne, apresentaram uma agenda comercial, que inclui a visita de técnicos brasileiros a empresas do bloco que desejam exportar para o Brasil.

A UE quer exportar sobretudo produtos lácteos ao Brasil, além de embutidos, carne suína processada, frutas processadas e outros alimentos com valor agregado, que precisam passar por análise de risco.

Para uma fonte do Ministério da Agricultura, os europeus vêm aproveitando o momento de fragilidade do Brasil, em meio a uma crise que questiona a qualidade da carne brasileira, para tentar avançar com sua pauta de exportações. Esse vínculo “é inadequado e uma espécie de ameaça”‘, reage uma importante fonte diplomática, em Brasília, considerando que a questão da carne tem em princípio que ser resolvida por mérito sanitário e científico. Com informações Valor Econômico