Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústrias

Frigoríficos fecham segundo trimestre no vermelho

Além da crise financeira, o avanço no preço do milho e da soja pesou nas contas. No JBS o prejuízo foi de R$ 180,8 milhões; no Marfrig, atingiu R$ 91,0 milhões e no Minerva, chegou a R$ 3,4 milhões.

Três grandes frigoríficos brasileiros encerraram o segundo trimestre deste ano no vermelho. No JBS o prejuízo foi de R$ 180,8 milhões; no Marfrig, atingiu R$ 91,0 milhões e no Minerva, chegou a R$ 3,4 milhões.

O desempenho é resultado da estatratégia de expansão no mercado internacional, avalia Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. “O maior gasto com investimentos se contrapôs ao cenário externo muito negativo” afirma, referindo-se às crises financeiras na Europa e nos Estados Unidos e mais recentemente, ao embargo da carne brasileira pela Rússia.

Outro componente que contribuiu para as perdas foi o aumento dos preços de milho e soja, principais componentes das rações. O Índice de Commodities Brasil – Agropecuária (IC-Br Agropecuária), calculado pelo Banco Central, encerrou o primeiro semestre com ligeira alta de 0,31%, porém, no acumulado do primeiro trimestre, que é o período de maior investimento para compra de ração, a alta foi de 12%. Quando considerado o acumulado de 12 meses terminados em junho, o IC-Br registrou alta de 43,8%. “O indicador está em declínio, mas não deverá desacelerar muito a ponto de compensar a alta registrada nos últimos 2 anos”, aponta Agostini.

O fraco desempenho das subsidiárias norte-americanas foi apontado pelo grupo JBS como o principal motivo para o prejuizo de R$ 180,8 milhões registrados no segundo trimestre deste ano. Em nota, a companhia informou que a Pilgrim’s Pride, unidade de frango da JBS nos EUA, registrou prejuizo de US$ 128,1 milhões.

A receita líquida da unidade de carne bovina da JBS USA, que inclui a Austrália, ficou 19,1% acima do desempenho do mesmo periodo do ano anterior.

A depreciação do dólar e o aumento no preço dos grãos foram apontados pela Marfrig como fatores que prejudicaram o desempenho da companhia. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 91,0 milhões, comparado a um lucro líquido de R$ 103,8 milhões no mesmo período de 2010 e de R$ 23,5 milhões no primeiro trimestre do ano.

Em nota, multinacional afirmou que as exportações de bovinos do grupo atingiram 23,7% do total dos embarques brasileiros no segundo trimestre, 8 p.p acima do registrado no segundo trimestre de 2010.

O grupo Minerva encerrou o segundo trimestre com prejuizo líquido de R$ 3,4 milhões no segundo trimestre de 2011. O recuo foi de 53,8% em relação ao prejuízo de R$ 7,4 milhões registrado no mesmo período de 2010.

Para reduzir os prejuizos, o grupo Minerva concentrou forças no mercado interno. De acordo com Eduardo Takeiti, gerente executivo de relações com investidores do Minerva, no segundo trimestre, a empresa ampliou a utilização de sua capacidade instalada para 76,7%, 4,2 p.p acima do que regsitrado no primeiro trimestre.

O abate de bovinos do Minerva totalizou 432 mil animais no segundo trimestre, 5,7% mais do que nos três primeiros do ano e 15,9% que em igual intervalo de 2010.