O Goldman Sachs Group iniciou a cobertura das ações de quatro companhias brasileiras do setor alimentício com uma importância global cada vez maior, informou o banco nesta terça-feira em relatório destinado aos clientes.
“Embora a China defina o ritmo da demanda global por alimentos, o controle de grande parte da oferta agora está no Brasil. Como em muitos outros produtos agrícolas, o Brasil está passando de um seguidor de preços para um estabelecedor de preços. Apesar de sua crescente relevância, as ações setoriais do Brasil têm sido negligenciadas, e nem todas as análises têm acompanhado sua nova importância”, disse o Goldman Sachs.
O banco iniciou a cobertura das ações da JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, e da BRF-Brasil Foods, ambas com recomendação neutra. “Nós estaremos neutros com relação à Brasil Foods até que as sinergias comecem a fluir. Para a JBS, esperaremos por mais visibilidade das ofertas públicas pretendidas. Ambas as ações podem parecer boas em 2011, mas vemos risco de más notícias antes disso”, afirmou o Goldman Sachs.
A Brasil Foods foi criada no ano passado por meio da fusão da Sadia com a Perdigão. No começo deste mês, a JBS anunciou planos de fazer uma oferta primária e secundária de ações na BM&FBovespa.
“Apesar de um cenário atraente no longo prazo, estamos nervosos no curto prazo, já que a oferta de gado vivo está apertada e a competitividade entre frigoríficos deve pressionar as margens da carne bovina; a inflação dos preços dos grãos provavelmente afetará a lucratividade do frango e dos suínos; as exportações de frango e de carne suína permanecem fracas; e as companhias têm muitas aquisições recentes para digerir”, explicou o banco.
O Goldman Sachs iniciou ainda a cobertura das ações do frigorífico Minerva com uma recomendação de compra, enquanto os papéis da Marfrig receberam classificação de venda. “Achamos que o direcionamento da Marfrig para 2010 deve se estender, com risco para os resultados do primeiro semestre. Os desafios mais sérios surgem da integração de sua mais recente aquisição, a Seara, na nossa visão. A Minerva, por outro lado, parece se isentar da maioria das dificuldades, vendendo apenas carne bovina e com uma capacidade bem ajustada à oferta”, explicou o banco. As informações são da Dow Jones.