A ocorrência da gripe A (H1N1) não comprometeu o consumo de carne suína no Brasil. A queda na cotação dos suínos é resultado do excesso de oferta e nada tem a ver com a ocorrência sanitária. A opinião é de Jurandi Soares Machado, diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Segundo Machado, os números de vendas registrados no mercado interno no primeiro semestre são muito semelhantes aos do mesmo período de 2008. “Estamos vivendo neste momento de excesso de oferta. O problema do mercado hoje tem muito mais a ver com a crise financeira do que com a gripe A”, opina Machado.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, compilados pela Brascan, mostram que as exportações brasileiras de carne suína recuaram em julho, tanto em volumes quanto em receita.
A receita com os embarques em julho foi de US$ 91,2 milhões, queda de 42,1% em relação ao mesmo intervalo de 2008 e de 3,6% sobre o mês anterior. O volume caiu 16,4%, para 42,2 mil toneladas. O número é 11,3% menor do que o de junho deste ano. Os preços também despencaram em relação a julho de 2008: 30,8%.“Apenas entre janeiro e julho o setor suinícola reduziu em U$ 240 milhões sua receita com a exportação. Só por esse número dá para analisar o tamanho da crise”, afirma Machado.
Apelido – Machado minimizou os impactos que o uso do termo “gripe suína” estariam trazendo ao consumo de carne suína e ao setor produtivo. Segundo ele, o brasileiro tem consciência de que o consumo de carne suína nada tem a ver a transmissão da doença.
“Talvez lá atrás, quando surgiu essa notícia, pudesse ter havido algum impacto. Mas hoje não”, avalia Machado. “Foi um apelido que deram à nova gripe. E apelido é aquela coisa: quanto mais você bate , mais ele fica. O povo já reconhece essa nomenclatura como apelido, como uma coisa jocosa, entendendo que o suíno não é responsável”.
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