Segundo informações do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), a agroindústria foi o setor que mais contratou imigrantes haitianos e venezuelanos para trabalhar no Brasil no último ano. Somente em 2020, no setor de avicultura, as contratações tiveram um crescimento de 38,7% quando comparado com 2019. Ao total, foram 2.755 contratações no ano passado, enquanto no ano anterior foram 1.685 efetivações, apontam os dados.
O levantamento destaca ainda, que em sua maioria, as imigrações ocorrem por motivos de fugas de crises econômicas e políticas. Desta forma, haitianos e venezuelanos encontram na agroindústria uma oportunidade de recomeçar. Nesse cenário, a GTFoods, uma das gigantes do setor avícola, conta atualmente com 589 colaboradores advindos do Haiti e da Venezuela, representando cerca de 5,8% do total do quadro de funcionários na empresa.
A Coordenadora de Desenvolvimento Humano Organizacional Gente & Gestão da GTFoods, Deni Juncanssi, destaca a chance de desenvolvimento desses colaboradores. “É visível o crescimento deles dentro da equipe, temos colaboradores que entraram como auxiliar e já se encontram em cargos técnicos e/ou de liderança. Temos pessoas muito especiais aqui, que já estão conosco há mais de oito anos”, relata Deni.
Inserção na empresa
Ao serem contratados, os venezuelanos e haitianos passam por um treinamento de ambientação fornecido pela GTFoods. Para facilitar o entendimento, os que estão recentemente no país e ainda não são fluentes em português, podem contar com profissionais mais antigos como tradutores, e ainda, com murais informativos nas suas respectivas línguas, além do Português.
Deni conta que as contratações são realizadas por intermédio do Instituto Sendas, e que a ideia é continuar essa parceria por muito tempo. “Para a empresa, essa sinergia é positiva para ambos os lados, pois são colaboradores importantes para o crescimento da companhia. É gratificante ver que muitos deles trouxeram suas famílias para o Brasil, pois viram na GTFoods uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e mudar de vida”, finaliza Deni.