Maior processadora de carnes do mundo, a JBS reportou ontem um lucro líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 227,9 milhões ou R$ 0,079 por ação no primeiro trimestre. Trata-se de um aumento de 96,3% em relação ao valor apurado um ano antes, de R$ 116,1 milhões ou R$ 0,039 por ação.
O resultado ficou acima do esperado pelos analistas do Bradesco (R$ 30 milhões) e do Bank of America, que haviam antecipado um lucro líquido de R$ 30 milhões e R$ 142 milhões, respectivamente. Mas ficou aquém da projeção do J.P. Morgan, de R$ 250 milhões.
O lucro ajustado, que desconsidera a provisão do imposto que a JBS pagaria no caso de venda do frigorífico Bertin, adquirido em 2009, cresceu 55,8%, para R$ 374,5 milhões.
A companhia registrou ainda um lucro antes de juros, impostos e depreciações (Ebitda) de R$ 879,4 milhões, 26,3% maior do que o reportado nos três primeiros meses do ano passado, graças ao bom desempenho do negócio de bovinos na América do Sul e de aves nos Estados Unidos. No lado financeiro, a JBS amargou um prejuízo de R$ 78,21 milhões, queda de 49,8%.
A receita da JBS cresceu 22% em relação ao primeiro trimestre de 2012, para R$ 19,52 bilhões. O faturamento da JBS Mercosul foi o que mais cresceu, 29,8%, para R$ 4,97 bilhões. Já o Ebitda da unidade avançou 10,4%, para R$ 561,7 milhões – que corresponderam a quase dois terços de todo o Ebitda gerado pela companhia. Apesar disso, a margem em relação ao Ebitda da JBS Mercosul caiu dois pontos percentuais, para 11,3%. A empresa afirmou que o resultado reflete o aumento dos custos decorrentes da campanha para promover a marca Friboi no Brasil.
Já a receita com bovinos nos Estados Unidos, Austrália e Canadá cresceu 5,8%, para US$ 4,32 bilhões (cerca de R$ 8,6 bilhões). No entanto, o Ebitda da subsidiária ficou negativo em US$ 25,1 milhões, uma melhora apenas tímida em relação ao prejuízo de US$ 45,4 milhões de um ano antes. Já a margem Ebitda ficou negativa em 0,6% – ante uma margem também negativa de 1,1% nos primeiros três meses de 2012.
Outro destaque do período foi o aumento de 7,8% na receita da Pilgrim’s Pride, a divisão de frangos da JBS nos EUA, para US$ 2,03 bilhões (cerca de R$ 4 bilhões). No período, o Ebitda cresceu 13,2%, para US$ 117,7 milhões, enquanto a margem Ebitda subiu de 5,5% para 5,8%. A companhia atribuiu o desempenho ao aumento nos preços da carne de frango nos EUA e no México, que mais do que compensaram a alta dos custos com grãos.
Em contrapartida, a receita com a produção de suínos nos EUA recuou 1,6%, para US$ 842 milhões (cerca de R$ 1,7 bi). O Ebitda caiu 16,1%, para US$ 46,8 milhões, enquanto a margem Ebitda caiu 1 ponto, para 5,6%.
A companhia encerrou o período com uma dívida líquida de R$ 15,68 bilhões, um aumento de 3,8% em relação à posição registrada em 31 de dezembro. Apesar do aumento da dívida líquida, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) se manteve estável, em 3,4 vezes.