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Agroindústrias

Inauguração da indústria da Coopercentral Aurora Alimentos em Joaçaba reúne lideranças empresariais e políticas

Cerca de 1000 pessoas participaram da inauguração de uma das mais modernas e avançadas indústrias de abate e processamento de suínos da América do Sul.

Inauguração da indústria da Coopercentral Aurora Alimentos em Joaçaba reúne lideranças empresariais e políticas

Cerca de 1000 pessoas participaram da inauguração de uma das mais modernas e avançadas indústrias de abate e processamento de suínos da América do Sul – a nova planta industrial da Coopercentral Aurora Alimentos está localizada no distrito industrial de Joaçaba, no meio-oeste catarinense. O ato foi prestigiado pelo Ministro da Agricultura Neri Geller, pelo governador do Estado de Santa Catarina, João Raimundo Colombo, deputados, lideranças políticas e empresariais, profissionais da imprensa e convidados.

O evento também marcou a comemoração do 45o aniversário de fundação da Cooperativa Central Aurora Alimentos e colocou no mercado uma planta vocacionada e estruturada para atender ao mercado internacional de produtos cárneos: 44% da produção será exportada e 56% comercializada no mercado doméstico.

O presidente da Aurora Mário Lanznaster fez três pedidos ao governador Raimundo Colombo na inauguração da indústria de Joaçaba: empenhar-se na construção das ferrovias norte-sul (SC-MS) e leste-oeste (Chapecó-Itajaí), melhorar o nível de eficiência da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e reivindicar a duplicação da rodovia federal 282.

As ferrovias são essenciais para trazer o milho do centro-oeste a Santa Catarina, o que chega a 3 milhões de toneladas/ano. Somente a Aurora precisa de 106 carretas de milho por dia para alimentar seu plantel permanente, no campo, formado por 25 milhões de frangos e 900 mil suínos. Por outro lado, a ineficiência da Fatma está enlouquecendo os produtores de leite, aves e suínos que não conseguem renovar no prazo as licenças ambientais. A rodovia BR-282, por fim, está esgotada em sua capacidade de suportar o tráfego pesado e transformou-se em palco diário de acidentes com vítimas fatais.

Lanznaster usou uma frase do Papa Francisco para realçar a essência do cooperativismo: “Tudo o que se compartilha, se multiplica”.

O presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Sérgio Turra – a maior organização das cadeias produtivas da carne do País – disse que a vocação do Brasil não é o pré-sal, mas, a produção de alimentos para o mundo. Lembrou que a ONU prevê a necessidade de aumentar em 40% a produção mundial de alimentos e reconhece que apenas o Brasil conseguirá atender essa demanda da sociedade global. “Somente nós temos terra, clima e vocação para gerar alimentos nessa escala”, assinalou.

Turra pediu respeito e valorização para o agronegócio, lembrando que o setor obteve um superávit de 88 bilhões de reais na balança comercial, enquanto todos os demais setores da economia tiveram apenas 3 bilhões de reais de superávit.

 O ministro Neri Geller, da Agricultura, anunciou que em 60 dias sairá a regulamentação do novo Código Florestal Brasileiro, matéria discutida exaustivamente com o setor produtivo e o Ministério. Observou que o Brasil tem a legislação ambiental mais rigorosa do mundo, mas tranquilizou que a regulamentação do Código dará segurança jurídica para os agricultores produzirem. Comprometeu-se a ampliar todos os programas do Ministério

O governador João Raimundo Colombo elogiou a capacidade de gestão das cooperativas. Reconheceu a necessidade de incentivos fiscais às indústrias para evitar sua transferência para outros Estados onde há maior oferta de grãos. Disse que luta no Confaz (Conselho Fazendário Nacional) pelo fim da guerra fiscal entre os Estados. Disse que empresas como a Aurora são o orgulho de Santa Catarina.

INDÚSTRIA
A unidade industrial de Joaçaba havia sido inaugurada em abril de 2002 e teve suas atividades paralisadas, em face da crise financeira internacional, no mês de abril de 2009. Reabriu em janeiro deste ano, depois de 12 meses de obras de ampliação e modernização que absorveram investimentos da ordem de 86 milhões de reais.

O frigorífico ocupa área de 20 hectares do Distrito Industrial de Joaçaba (à margem da rodovia BR-282). O complexo inclui portaria, administração, vestiários e refeitório, pocilgas, linha de abate, resfriamento, congelamento, estocagem e expedição. A linha industrial compreende os setores de choque, sangria, escaldagem, depilação e chamuscador. O sistema de tratamento de efluentes compõe-se de sete lagoas de decantação, peneiras, decantadores e flotadores.

Nessa nova fase, a planta industrial triplicou sua capacidade industrial e de geração de produtos cárneos destinados à exportação. O abate atual é de 1.500 suínos/dia e, em setembro, sobe para 3.000 cabeças/dia.

Os benefícios sociais para a região são imensos. A reabertura do frigorífico de Joaçaba gera 1.060 empregos diretos e 3.000 empregos indiretos. Para essa primeira etapa foram contratados 560 trabalhadores. Para a segunda fase, em setembro de 2014, serão necessárias mais 500 pessoas, totalizando 1.060 empregos diretos. O município-sede será beneficiado com a geração anual de ICMS da ordem de 12 milhões de reais.

Com a ampliação física – que representou mais 15.000 metros quadrados de área construída e compreende os setores administrativos, industriais, de tratamento de efluentes e de apoio – o complexo ficou com área total de 25.000 metros quadrados.

Os setores administrativos estão concentrados em um novo prédio de dois pavimentos e 5.000 metros quadrados de área para abrigar ambulatório, dois refeitórios, quatro vestiários, área de lazer, auditório, Serviço de Inspeção Federal (SIF), departamento de recursos humanos e segurança do trabalho.

Foram instaladas sete câmaras de resfriamento de carcaças, sala de cortes com mezanino, túnel de congelamento contínuo e túnel estático de congelamento. Foi construída uma nova fábrica de farinhas e subprodutos e, ampliada, a casa de máquinas e de caldeiras. O sistema de tratamento de efluentes foi aperfeiçoado com novo tanque de concreto de equalização, novo flotador e nova casa de química.

Foi perfurado um poço profundo para captação de água do aquífero guarani a 659 metros de profundidade e construída canalização em PAD (polímero de alta densidade) com seis quilômetros de extensão para a destinação dos efluentes tratados até o rio Caraguatá.