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Agroindústrias

Independência apresenta plano de recuperação

<p>Além da criação de uma nova empresa e da divisão da dívida, o plano prevê a profissionalização da diretoria-executiva do frigorífico.</p>

O plano que a empresa entregou ontem (13/07) à Justiça e aos credores propõe a criação da Nova Independência S.A., ou Nisa, para onde seriam transferidos todos os ativos operacionais do Independência S.A. (Isa). Este, transformado em holding, terá 66% do capital da Nisa, ao lado de BNDESPar (7,4%) e da família Russo (26,6%), segundo o plano. O Independência, que foi afetado pela queda do real e pelo recuo das exportações, também pede, no plano, um empréstimo de R$ 330 milhões aos principais credores (entre eles, JP Morgan, Citi, Santander, Votorantim, Bradesco, Itaú e Lehman Brothers) para pagar pecuaristas e outros fornecedores e para capital de giro.

Pelo plano, a empresa antiga ficará com dois terços da dívida e a Nisa com o restante. O Nova Independência assumirá 100% das dívidas com ACCs (R$ 420 milhões), 100% da dívida com fornecedores (R$ 270 milhões), 100% dos débitos com garantia real (R$ 40 milhões) e com 25% da dívida quirografária (sem garantias e que somam um total de R$ 2,4 bilhões). Os 75% restantes desses débitos sem garantia ficariam na Isa, como dívida perpétua, e o pagamento dependeria de “eventos de liquidez”, como a venda da própria Nisa ou de parte dela ou geração de dividendos pela nova companhia.

No caso das dívidas que ficarem na Nisa, o plano tem propostas de pagamentos diferenciadas. Para o pagamento dos ACCs, juros de 5% ao ano, carência de juros até 2011, carência do principal de 38 meses e pagamento do principal em 60 parcelas mensais iguais. Para os fornecedores, até R$ 80.000 por credor em uma parcela (após aprovação do plano e novo financiamento) e saldo em 36 parcelas mensais.

No caso das dívidas com garantia real, o pagamento seria com juros de 7% ao ano, carência de juros até um ano após o financiamento e pagamento do principal em uma única parcela no 100º mês. Para as dívidas quirografárias, as condições são juros de 8% ao ano, incidindo a partir de 2011, carência de juros e principal por 75 meses e principal em três parcelas anuais (as duas primeiras de 25% cada e a última de 50%). A intenção da empresa é pagar as dívidas trabalhistas – R$ 1,5 milhão – com recursos próprios, assim que o plano for aprovado.

O conselho de administração da companhia, hoje composto pelos irmãos Miguel e Roberto Russo e mais três posições (vagas desde o pedido de recuperação judicial em fevereiro deste ano), também mudará conforme o plano. O plano prevê sete membros, dois da família, dois profissionais de mercado independentes indicados pela família, dois indicados pelos credores e um pelo BNDES.