A chapa apresentada pelo empresário Abilio Diniz para compor o novo Conselho de Administração da BRF esvaziou. Dos dez nomes apresentados, quatro pediram para serem excluídos da lista. Além de Augusto Marques da cruz Filho, também enviaram carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedindo exclusão Walter Malieni, José Luiz Osório e Roberto Antônio Mendes. Todos apresentaram a mesma explicação para o pedido: não foram consultados pelo empresário Abilio Diniz para integrarem a chapa alternativa.
Os quatro indicados pelo empresário também haviam sido indicados pelos fundos de pensão Petros e Previ na chapa que deverá ser votada na assembleia de acionistas do dia 26 de abril. Os fundos querem a saída de Abilio Diniz da presidência do Conselho depois que a BRF apresentou prejuízos seguidos por dois anos (2016/2017) que somados chegam a R$ 1,5 bilhão. Foram os primeiros prejuízos da história da companhia, dona das marcas Sadia e Perdigão. Os fundos, que detêm 22% das ações da BRF, contam com o apoio de outros acionistas minoritários.
Segundo Augusto Marques da Cruz disse ao GLOBO, ele não foi consultado previamente para fazer parte da chapa proposta por Diniz.
“Decidi que não farei parte dessa chapa já que não fui previamente consultado. Além disso, já estava comprometido com os fundos Petros e Previ, que também indicaram meu nome para compor o Conselho”, disse Cruz ao GLOBO.
Pela indicação dos fundos, o executivo deverá ocupar a presidência do Conselho em substituição a Abilio Diniz, caso a chapa seja aprovada. Já na chapa criada por Abilio, a indicação para a presidência é do exministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Procurado para comentar a desistência dos nomes indicados por ele para o Conselho, o empresário Abilio Diniz não se pronunciou.