As máquinas e implementos agrícolas já começaram a ser descarregados no Parque de Exposições Assis Brasil para a Expointer. Ontem(24), o dia foi de limpeza e de ajuste do maquinário no espaço do Sindicato da Indústria de Máquinas do Rio Grande do Sul (Simers). Este ano, 131 indústrias do setor irão participar da feira. Após bater recorde na Expointer 2009, quando encaminharam R$ 795 milhões em propostas, as empresas esperam, ao menos, repetir os resultados do ano passado. O otimismo dos puxadores de negócios da mostra se alicerça na manutenção de dois programas públicos de incentivo à renovação da frota, o Mais Alimentos e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
O presidente do Simers, Cláudio Bier, acredita que o prazo para compra com juro reduzido pelo Finame PSI, que se esgota em 31 de dezembro, irá estimular as aquisições por médios e grandes produtores. O programa permite financiar maquinário com taxa de 5,5% ao ano, índice bastante inferior aos 8,75% praticados em 2008, porém, acima dos 4,5% em vigor em 2009. No caso do Mais Alimentos, com a inclusão de colheitadeiras ainda a ser oficializada, deve se manter o ritmo acelerado pela elevação do teto individual para R$ 130 mil e a nova modalidade de compra coletiva de até R$ 500 mil.
O coordenador nacional do Mais Alimentos, Hercílio Matos, reforça que o Rio Grande do Sul lidera as aquisições por meio do programa. Dos R$ 4 bilhões financiados em 100 mil contratos no País desde a safra 2008/09, 21% foram tomados por agricultores gaúchos, responsáveis por 42% dos tratores comercializados. O coordenador lembra que quatro das nove empresas parcerias do programa estão no Estado, o que multiplica os feitos do Mais Alimentos sobre empregos e geração de impostos. “O ritmo seguirá intenso, especialmente na Expointer, principal balizadora do movimento das indústrias no segundo semestre do ano.” Apesar do cenário, o presidente da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, aconselha os produtores a serem racionais. “O produtor precisa investir somente quando houve retorno e rentabilidade, comprar com razão, não com euforia, para depois não se arrepender”, salienta.
Fonte de verbas
MAIS ALIMENTOS: limite de até R$ 100 mil com 10 anos para pagar; juros de 2%/a.a. e carência de três anos. Financiamento para tratores, equipamentos e investimento.
FINAME PSI: crédito ilimitado com juro de 5,5%/a.a.; dois anos de carência e até dez anos para pagar; possibilita financiamento de até 30% em capital de giro. Financiamento para trator, colheitadeira e implementos.