A Influenza Aviária é um tema presente em todas as discussões da avicultura. Casos registrados na Ásia e na Europa, além de um foco nos Estados Unidos, têm levado apreensão ao setor avícola mundial. Afinal, a gripe aviária é a enfermidade de maior impacto econômico. Com ela, há a necessidade de sacrifícios de aves dentro de um determinado diâmetro ao redor do foco, bloqueio de exportações e prejuízos gigantescos. Um alento é que os consumidores não tem se mostrado tão preocupados quanto em ocorrências anteriores, não afetando de maneira direta o consumo.
Um aspecto interessante dos atuais casos é o impacto sobre o comércio internacional de material genético. A Ásia é dependente da importação de avós, matrizes e ovos férteis para manter suas produções locais. Com muitas regiões da Europa vetadas à exportação desse material, há o risco do desabastecimento em alguns países asiáticos em 2018. Na China isso já poderia ocorrer até o final desse ano.
O Brasil é o único grande produtor mundial a se manter livre da Influenza Aviária e o atual cenário se abre em oportunidades para o país. Em carnes, seria possível ampliar a participação em mercados importantes, como o japonês, que sofre com os recentes registros da enfermidade. Também, pode levar o Brasil a se tornar um player em exportação de material genético, segmento em que tem pouca participação ainda.
As casas genéticas possuem no país granjas núcleos, onde são desenvolvidos os chamados programas de elite, oferecendo todas as condições para o abastecimento de mercados no Oriente Médio e Ásia em grandes volumes. Aliado ao status sanitário, este pode ser o pontapé para os embarques brasileiros de material genético deslancharem.
Para isso, no entanto, o Brasil obrigatoriamente precisa manter o seu elevado status sanitário. Permanecer livre da Influenza Aviária é um desafio primordial às pretensões da avicultura brasileira. O recente caso de baixa patogenicidade registrado no Chile deixou todo o setor em alerta. Cabe agora às autoridades e ao setor produtivo intensificar medidas de biossegurança nas granjas, assim como as de vigilância sanitária, minimizando os riscos das possíveis portas de entrada do vírus no país.
Uma boa leitura!