De acordo com os dados divulgados, nesta segunda-feira (23/03), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os principais insumos da avicultura e suinocultura continuam a acumular altas no mercado interno.
A redução da oferta e o maior interesse comprador seguem sustentando o movimento de alta dos preços do milho no mercado brasileiro. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 2,5% entre 13 e 20 de março, fechando a R$ 59,04/saca de 60 kg na sexta-feira, o maior patamar nominal da série do Cepea.
Nas demais regiões acompanhadas, os atuais valores são os maiores nominais desde 2016. Segundo pesquisadores do Cepea, as altas nos preços também refletem as incertezas ligadas ao desenvolvimento da safra, à disponibilidade de milho nos próximos meses e ao cenário macroeconômico. Ressalta-se, contudo, que a forte valorização do dólar frente ao Real eleva a competitividade internacional do cereal brasileiro e deve favorecer o movimento de alta dos preços nos próximos meses.
A disputa entre compradores domésticos e internacionais pela soja brasileira esteve mais acirrada nos últimos dias, cenário que elevou os prêmios de exportação da oleaginosa no Brasil. Desvalorização externas e a sinalização de paralisação dos embarques argentinos também impulsionaram os valores dos prêmios.
Além disso, o dólar elevado favorece as exportações nacionais – a moeda norte-americana se valorizou 4% em uma semana, fechando a R$ 5,049 na sexta-feira, 20. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias processadoras sinalizam ter baixo estoque do grão, tendo necessidade de adquirir novos lotes em curto prazo, inclusive com preocupação de que o ritmo de exportação ganhe fôlego nos próximos meses, reduzindo a disponibilidade interna.
Alguns vendedores já estão ofertando lotes de soja acima de R$ 100,00 nos portos brasileiros, o que tem feito com que a indústria eleve sua opção de compra, na tentativa de garantir novos lotes. Assim, entre 13 e 20 de março, ambos os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná subiram 4,9%, com respectivos fechamentos a R$ 96,70/sc de 60 kg e a R$ 90,16/sc na sexta-feira. Segundo colaboradores do Cepea, o ritmo de negociação no spot só não está mais intenso devido às dificuldades logísticas nos portos e à baixa oferta de caminhão no País.