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Projeção

Ipea revê para cima previsão do PIB Agro

Destaque para os suínos, com projeção de aumento na produção de 5,6% devido à disseminação da PSA na China

Ipea revê para cima previsão do PIB Agro

O setor agropecuário brasileiro deve avançar 0,6% em 2019, segundo projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28), na Carta de Conjuntura do Instituto, e sinalizam melhora em relação aos 0,4% previstos em fevereiro deste ano.

A pecuária deve ser determinante para o crescimento do PIB agropecuário.  A expectativa, confirmada por previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é de crescimento para todos os itens da produção animal, com destaque para a produção de bovinos, suínos e leite. A maior contribuição para esse aumento é de bovinos, com previsão de incremento de 3% em relação ao ano passado – o grupo dos bovinos contribui com cerca de metade do PIB da pecuária.

A previsão para a agricultura, por outro lado, é de uma leve alta de 0,1%, explicada em grande medida pela queda na previsão da safra de soja, que deve encolher 4,4% segundo Levantamento Sistemático da Agricultura (LSPA) do IBGE. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o USDA também preveem queda de 4,2% e 4,1% na produção de soja em relação à safra passada.

Dentre os produtos da produção animal, além do bom desempenho esperado para os bovinos, há destaque para os suínos, com projeção de aumento na produção de 5,6% devido à disseminação da peste suína africana na China, que causará grande impacto na produção de carne de porco naquele país.

No caso da lavoura, apesar da expectativa de avanço expressivo de 12,6% para o milho e de 29% para o algodão em caroço – e do aumento da área plantada -, a previsão de queda na produção da soja foi determinante na revisão do PIB agro. O café também apresenta redução projetada de 10% da safra atual em comparação com a anterior – algo já esperado pelo setor.

Mercado de trabalho no agronegócio

O número de trabalhadores ocupados no agronegócio se manteve estável no primeiro trimestre de 2019, com leve recuo de 0,23% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar do recuo de trabalhadores nos segmentos agroindústria e primário – de acordo com cálculos feitos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP. Os desempenhos positivos em insumos e agrosserviços foram responsáveis por segurar a taxa de ocupação do setor. Nesses segmentos, em termos absolutos, houve um incremento superior a 140 mil pessoas ocupadas.

O emprego no agronegócio reflete as tendências observadas no mercado de trabalho brasileiro: recuo de mão de obra com carteira assinada, em contraponto ao avanço de trabalhadores informais. Em relação à escolaridade, o setor agro concentra uma perda expressiva dos trabalhadores menos escolarizados. Na comparação do 1º trimestre de 2019 frente ao mesmo período no ano anterior, houve queda de 34,63% para esse grupo, em contraponto ao avanço de 7,43% no contingente de ocupados com nível superior completo ou incompleto.

Crédito rural

A seção Economia Agrícola da Carta de Conjuntura traz, ainda, uma análise da evolução do crédito rural entre 2007 e 2018. O trabalho mostra que há uma tendência de crescimento da participação dos recursos não controlados,especialmente da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); das cooperativas de crédito; e das contratações a taxas de mercado. Ao mesmo tempo, verifica-se tendência de redução da subvenção pública explícita.