O presidente da holding J&F e do conselho de administração da JBS, Joesley Batista, afirmou ontem (17) que, se o governo de São Paulo não rever o sistema tributário, o estado perderá mais unidades frigoríficas tanto da empresa quanto de seus concorrentes. “Há 15 anos, especificamente no governo de Covas, o estado criou condições tributárias favoráveis para a indústria de carne crescer e cidades como Barretos, Andradina, Presidente Epitácio foram ressuscitadas”, explicou o executivo. “Mas, com essa atual política tributária, já fechamos três unidades no estado, inclusive a de Presidente Epitácio”, afirmou.
“Desde 2005, o estado vem desincentivando a indústria”, criticou Batista, ressaltando que, se o governo não “reagir”, mais plantas frigoríficas poderão ser fechadas. “Não só minhas, mas as dos nossos concorrentes também. A questão é uma guerra fiscal, mas ao invés de ser entre estados, a indústria é que é punida”, disse.
A JBS tem a maior unidade industrial da companhia e do mundo no estado paulista, que é a de Lins (SP), ex-Bertin, que tem mais de 8 mil funcionários. “Parece que São Paulo não quer mais frigoríficos. Nunca recebi um telefonema do governador para conversarmos sobre o assunto”, ressaltou, informando que São Paulo representa de 3% a 4% do negócio global da companhia.
O principal fator que interfere na permanência da indústria no estado é a definição da alíquota de créditos de ICMS do governo de São Paulo pelo valor do produto vindo de outros estados. Atualmente, a devolução é de 3% e o governo paulista já propôs ampliar este percentual para uma faixa entre 4% e 6%. “Era 19% e o estado já ‘comeu’ 13% disso e ainda quer tirar mais 2%. Não dá para ficar desse jeito”, disse.