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Investimentos

JBS cai no ranking ESG de investidores

FAIRR vê com preocupação ação de empresas de proteínas sobre biodiversidade, às vésperas da COP15

JBS cai no ranking ESG de investidores

Em ranking criado pela FAIRR, iniciativa que engloba gestores com US$ 70 trilhões em ativos, a JBS caiu uma posição, para a 16ª.

O índice Coller FAIRR Protein Producer, divulgado anualmente, reúne apenas grupos de proteínas e de capital aberto, avaliadas segundo dez critério ESG.

A agroindústria continua sendo considerada de “risco médio”. A nota à política de desmatamento da companhia piorou. A FAIRR aumentou o rigor e agora só atribui as melhores notas às empresas que se compromete a eliminar o desmate até 2025 e inclui o fim da prática dentro da lei.

A JBS perdeu pontos por não se comprometer com o fim do desmate legal e, portanto, não ter uma data de corte associada — além de não ter incluído na meta a Austrália, que tem áreas de alto risco de desmatamento.

A companhia afirmou, em nota, que está comprometida com o desmatamento ilegal zero no Brasil até 2025 e em zerar o desmatamento global em sua cadeia até 2030. A companhia assinou compromisso na COP27 que prevê desmates legal e ilegal zero na Amazônia até 2025. A empresa disse, ainda, que aproveita os resíduos e dejetos em sua subsidiária Campo Forte Fertilizantes.

BRF

A BRF manteve-se na 12ª posição, com melhora em suas notas de segurança alimentar e condições de trabalho, mas piora na de emissões de gases-estufa por causa do aumento de 10% nas emissões nos escopos 1 e 2. Procurada, a empresa não retornou até a conclusão deste texto.

Minerva

A Minerva subiu uma colocação, para a 19ª. Suas notas melhoraram em segurança alimentar, antibióticos e emissões, mas a avaliação sobre desmatamento piorou porque o prazo de 2030 para acabar com a prática é considerado fraco e porque a companhia não tem meta sobre desmate legal. A empresa já monitora 100% dos fornecedores diretos em Brasil e Paraguai, 80% na Colômbia e 90% na Argentina. No Uruguai, a meta é chegar a 100% até 2025. A empresa usa ferramentas como o Visipec e o aplicativo Prospec para ampliar o monitoramento dos indiretos.

Desempenho geral ruim

No geral, as 60 companhias avaliadas tiveram desempenho considerado ruim nos temas de desmatamento, poluição e conservação de recursos hídricos, que são os três principais pilares da Conferência da Biodiversidade (COP15), que começa amanhã em Montreal, no Canadá. Espera-se que os países firmem compromissos de proteção à biodiversidade com metas até 2030. Das empresas avaliadas, 87% dizem não checar se as fazendas estão em área com estresse hídrico, e 83% não exigem de fornecedores planos para evitar contaminação de cursos d’água com adubos e dejetos animais. Além disso, 60% delas ainda obtêm soja de áreas com alto risco de desmate e não têm metas para acabar com o problema em suas cadeias.