A JBS informou hoje que já começou a capturar sinergias a partir da fusão com a Bertin e da compra da processadora de frango americana Pilgrim´s, ambas anunciadas em setembro do ano passado.
Segundo as estimativas do frigorífico, R$ 145 milhões serão capturados até o fim deste trimestre na Bertin, como resultado de integrações nas áreas administrativas, de embalagens, de processos industriais e de formulação.
A expectativa é auferir mais R$ 100 milhões nos próximos seis meses – principalmente em áreas corporativas e de exportação – e atingir sinergias anuais de R$ 500 milhões a partir de 2011.
Já na Pilgrim´s – que teve a aquisição de controle finalizada em dezembro -, a JBS capturou US$ 95 milhões por meio de iniciativas em áreas corporativas, de transporte e de suprimentos de embalagens.
Outros US$ 65 milhões serão capturados até o fim deste semestre por meio da redução de despesas gerais e administrativas, junto com integrações nas áreas de exportações e logística. A partir do próximo ano, a JBS prevê, apenas nessa operação, sinergias anuais entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
Hoje, durante entrevista coletiva à imprensa, o presidente da JBS, Joesley Mendonça Batista, disse que os ganhos obtidos com a integração dessas empresas vão ajudar o grupo a melhorar sua estrutura de capital, o que permitirá uma melhora na relação entre o endividamento líquido com a geração de caixa, que fechou 2009 em 3,1 vezes.
A meta da companhia é fazer com que a dívida líquida não fique duas vezes acima da geração de caixa. “Vou tentar fazer isso neste ano”, afirmou Batista.
O executivo também traçou perspectivas positivas para o consumo de carnes, na esteira de uma retomada da economia global. Nesse sentido, a JBS espera atingir 75% a 80% da capacidade de abate de bovinos no Brasil até dezembro, após ficar no último trimestre do ano passado com essa taxa próxima de 60%.
“Acho que 2010 vai surpreender para o bem. A recuperação será maior do que todos imaginam”, assinalou.
Apesar disso, o frigorífico acredita que este ainda não é o melhor momento para a abertura de capital de sua operação americana na bolsa de Nova York. ” Só vamos fazer no momento em que o mercado estiver favorável ” , disse Batista, que admitiu, inclusive, a possibilidade de a companhia não realizar a oferta de ações e buscar outras fontes de financiamento para viabilizar os planos de expansão no mercado americano.