A JBS informou na sexta-feira (23), em comunicado à imprensa, que avalia processar o fundo de investimentos americano Oppenheimer por calúnia e difamação. Em julho, o fundo contestou na Justiça a operação na qual a JBS arrendou ativos da Doux Frangosul.
Em entrevista à agência Bloomberg nesta semana, o chefe de investimentos do Oppenheimer em Nova York, Art Steinmetz, voltou à carga contra a JBS e afirmou que empresa, “que é parcialmente controlada pelo governo brasileiro, trata os credores de maneira arrogante”. Para o Oppenheimer, o arrendamento dos ativos da Doux pela JBS é uma operação de “incorporação disfarçada da Frangosul”.
No comunicado divulgado hoje, a JBS diz que o Oppenheimer usa a imprensa “para disseminar informações mentirosas contra a JBS” e “que qualquer tentativa de vincular o aluguel de ativos da Doux Frangosul a uma aquisição é falha e falsa”.
Por trás da disputa está uma planta industrial da Doux em Passo Fundo (RS), incluída no contrato de locação para a JBS. A planta foi dada como garantia pela Doux num contrato de alienação fiduciária, para um empréstimo de US$ 100 milhões que a empresa fez junto ao fundos americanos Oppenheimer e ING Partners em 2008.
A JBS reafirmou, no comunicado, que não adquiriu os ativos da Doux. “A companhia arrendou as instalações que, de outro modo, seriam tomadas por credores em longos processos judiciais. Com o arrendamento, a JBS evitou que milhares de pessoas fossem demitidas e que um impacto econômico sem precedentes atingisse a região”, afirma.
Para a JBS, a tentativa do fundo americano de responsabilizar a empresa evidencia “a profunda falta de conhecimento dos princípios básicos do direito e caracteriza uma grosseira deturpação” que será “vigorosamente” contestada.
No comunicado, a JBS ressalta que o arrendamento não impede o Oppenheimer de tomar providências para recuperar os recursos que emprestou à Doux. “O arrendamento das instalações da Doux Frangosul pela JBS não evita ou prejudica em nada a opção do Oppenheimer em buscar seus direitos”.