As exportações de carne suína dos Estados Unidos para a China ultrapassaram os níveis vistos antes da guerra comercial entre os países, impulsionadas por embarques das unidades locais da brasileira JBS e do chinês WH Group, proprietário da Smithfield Foods, indicou a Panjiva, unidade de pesquisas da S&P Global Market Intelligence.
No acumulado do ano até 31 de agosto, a JBS pode ter exportado 370% mais carne suína dos EUA para a China do que em igual período de 2017, enquanto os embarques ligados ao WH Group avançaram 90,1%, disse a Panjiva nesta terça-feira. A norte-americana Tyson Foods, por sua vez, exportou 7,3% menos carne de porco ao país asiático, novamente em comparação com o mesmo período de 2017.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou em abril que as unidades de processamento de carnes do país permanecessem abertas para assegurar as ofertas domésticas, apesar de surtos de Covid-19 entre trabalhadores de frigoríficos.
A JBS disse à Reuters em abril, quando fábricas foram fechadas nos EUA por causa dos surtos, que havia reduzido suas exportações para focar em atender à demanda norte-americana.
A JBS não respondeu de imediato a um pedido por comentários nesta terça.
Em junho, os senadores democratas Elizabeth Warren e Cory Booker questionaram empresas do setor sobre o volume de carne que haviam exportado para a China durante a pandemia.
Em sua resposta, a JBS disse que sua participação total no mercado de exportações de carne suína dos EUA para a China vinha sendo de menos de 10%. Os embarques, segundo a empresa, são compostos principalmente por produtos como pés e fígados de porcos, que os norte-americanos não costumam ingerir.
Já a Smithfield, em comunicado enviado à Reuters por e-mail, afirmou que não dá preferência aos clientes estrangeiros.