Impulsionada pelo bom desempenho de sua operação nos Estados Unidos, a JBS manteve o pé no acelerador no terceiro trimestre de 2021, a despeito de margens ainda curtas na Austrália e do embargo chinês à carne bovina brasileira, que começou em setembro.
Em teleconferência com analistas na manhã de hoje (11/11), os principais executivos da empresa sinalizaram que a forte demanda mundial, especialmente da Ásia, garantirá solidez aos dos negócios neste quarto trimestre e no ano que vem.
Gilberto Tomazoni, CEO global da companhia, destacou que a diversificação de produtos e distribuição geográfica ajudam a equilibrar os níveis operacionais e a garantir crescimento mesmo em momentos desafiadores. “Mais uma vez é perceptível o valor estratégico da plataforma que possuímos”, disse.
A receita líquida da JBS chegou a R$ 92,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano, 32,2% superior à do mesmo período de 2020. Já o lucro líquido cresceu mais de 140%, para R$ 7,6 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 74,2%, para R$ 13,91 bilhões, e o índice de alavancagem caiu para 1,52 vez em reais, menor nível da história, segundo o diretor financeiro global da empresa, Guilherme Cavalcanti.
Com os preços em alta também no mercado americano, a JBS USA Beef registrou receita líquida de US$ 7,4 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 38% em comparação com o mesmo período de 2020. O Ebitda ajustado aumentou 22%, a US$ 1,6 bilhão. Segundo o CEO da subsidiária, André Nogueira, com a alta da proteína no mercado internacional, as exportações dos americanos – e não apenas a JBS – cresceram 20%.
Segundo ele, a queda nas exportações de carne suína da JBS Pork para a China está sendo compensada pelo aumento na demanda de países como Colômbia, Filipinas, Honduras, México e República Dominicana. “E o Japão ainda está reabrindo devagar. Sabemos que o país representa uma demanda internacional fortíssima”, disse. No terceiro trimestre, a Pork teve receita líquida de US$ 2,09 bilhões e Ebitda de US$ 249 milhões, altas de 46,3% e 82,7%, respectivamente.
A JBS Brasil fechou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 15,46 bilhões, um aumento de 35,3%, enquanto o Ebitda subiu 10,4%, para US$ 946 milhões. O CEO da companhia para a América do Sul, e também da Seara, Wesley Batista Filho afirmou que a presença da empresa no mercado interno e em outros países reduz o impacto do embargo chinês à carne bovina brasileira. Tomazoni emendou e disse que a interrupção dos embarques é temporária e deve ser resolvida rapidamente.
A receita da Seara somou R$ 9,6 milhões, aumento de 38,2%, e o Ebitda ajustado caiu 10,2%, para R$ 984 milhões. Wesley Filho afirma que a demanda por carne de frango está aumentando, e a tendência é que o consumo per capita continue crescendo. “O Brasil é muito competitivo na produção de carne de frango, que, entre as proteínas, também é muito competitiva”, diz.
O executivo assumirá novas responsabilidades no grupo a partir do ano que vem. Como informou ontem o Pipeline, o CEO da América do Sul e da Seara passará a ser CEO para o Hemisfério Sul, que vai abarcar também as operações na Austrália.
Ele terá como par André Nogueira, que cuidará dos negócios no Hemisfério Norte, incluindo os ativos europeus da Pilgrim’s Pride. Tomazoni reforçou que se trata de uma “mudança gerencial com foco no detalhe”, e que não implicará em mudanças na divulgação de resultados da companhia.